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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Técnicas de massagem no períneo para evitar episiotomia

Laceração, como evitar: Massagem do períneo.



PROTEJA SEU PERÍNEO...DIGA NÃO A EPISIOTOMIA!!!




Essa massagem se refere a uma parte do períneo superficial e á parte inferior do períneo profundo que pode ser sentido na entrada da vagina.
é um meio de preparar uma parte desses músculos ao estiramento ocasionado pela expulsão do bebê. E também um meio de minimizar o risco de lesão durante o parto.


Um outro objetivo da massagem é o de alongar os músculos do assoalho pélvico e dessensibilizá-los para que você possa empurrar sem ser incomodada pela sensação de ardor ocasionada pela expulsão.


Por fim, a massagem permite à mãe entrar em contato com essa região do corpo que muitas mulheres ignoram e não ousam tocar.
Para ser eficaz, a massagem deve ser praticada uma vez por dia, a partir da 32° semana.


O companheiro também pode se encarregar disso. Basta que ele esteja atento aos sinais que a mulher mostra...De aceitação ou não.
Durante a massagem, imagine os músculos que se relaxam e repita mentalmente: "Eu abro minha passagem para o meu bebê. Meu períneo está flexível e relaxado."


Essa massagem de três a quatro minutos pode ser praticada durante um banho quente de banheira, sob a ducha ou na cama.
Se você tem dificuldade para localizar o períneo e a abertura da vagina, instale-se confortavelmente sobre travesseiros e, com a ajuda de um espelho, examine as diferentes partes da vulva. A massagem será feita na região do períneo situada entre a abertura da vagina e o ânus.


Para ajudá-la, utilize um óleo de amêndoas suave, manteiga de cacau, vitamina E ou um lubrificante natural.


Contraindicação


Não pratique a massagem do períneo se você teve lesões ou herpes ativa durante a gravidez atual, ou suas membranas se romperam prematuramente. 


 




Etapas da Massagem


1- Lave bem as mãos.
2- Umedeça com óleo o períneo e a borda inferior da vagina.
3- Insira i dedo indicador e o dedo médio ou o polegar no interior da vagina (ilustração 7).
4- Apoiando no assoalho pélvico, faça semicírculos em direção do ânus e das laterais durante 30 segundos.
5- Delicadamente, relaxe a abertura apoiando e estirando, com a ajuda do dedo indicador e do dedo médio, até que você sinta uma ligeira sensação de queimação ou de formigamento (ilust. 8).
6- Mantenha essa pressão e esse estiramento durante um minuto para que a região fique dormente. (ilustração 9)
7- Durante 30 segundos, massageie entre o dedo indicador e o polegar a pele fina que cobre a borda inferior da vagina.
Você pode constatar os efeitos depois de duas a três semanas da massagem. (ilustração 9).
8- Massageie o períneo durante 30 segundos fazendo movimentos circulares ou de varredura. Se for o caso, concentre seus movimentos na cicatriz de uma episiotomia anterior, pois esse tecido é menos elástico. (ilustração 10).
9- Lave as mãos e a vulva.


Relaxe os músculos do rosto, da boca e das pernas durante a prática da massagem. Visualize o períneo que se estira e repita mentalmente: " Eu abro a passagem para meu bebê. Meu períneo está flexível e relaxado".


Os músculos que serão estirados durante o nascimento poderão retomar sua forma graças aos exercícios para os músculos do períneo.


Mais sobre o períneo...


O períneo é uma das regiões do corpo muito importantes de ser cuidada durante a gestação. Um períneo com boa elasticidade e força se expande no momento da saída do bebê sem sofrer laceração. O uso de óleo no corpo, o consumo de ghi e azeite de boa qualidade são bons parceiros da massagem perineal em um bom pré-natal.

Aqueça em banho-maria um pouco de óleo de gergelim puro prensado a frio ou ghi.
Deite se com uma toalha velha em baixo do quadril para não correr o risco de manchar a cama ou os lençóis. Se você tiver um parceiro e ele quiser realizar a massagem é mais fácil, mas você mesma pode aplicá-la. Molhe a ponta dos dedos no óleo morno e passe em toda a região do períneo, que une o ânus à vagina, lubrificando-o. Com os dedos indicador e médio abra a musculatura da vulva e deslize os dedos ao longo dela. Vá aumentando a intensidade da abertura e sinta a musculatura sendo estendida. Nos primeiros dias faça uma massagem suave com intuito de hidratar. Após os 3 primeiros dias aumente a intensidade da abertura.
O movimento é tanto de deslizamento como de expansão no sentido das laterais do
corpo, como se você quisesse ampliar o diâmetro do espaço delimitado pelos músculos. Realize a massagem continuamente com bastante óleo, aumentando a intensidade aos poucos e de vagar. Não tenha, porém, medo de ser intensa. Lembre que a cabeça de um bebê vai passar por alí e a região deve estar bem preparada para estirar sem lacerar.

Observe a ilustração

Você pode massagear toda a musculatura dando ênfase à parte superior do oito de músculos e à parte de ligação com o ânus. Pratique todos os dias de 5 a 10 minutos nos últimos dois meses de gestação.

Óleo de gergelim
É muito popular na Índia e extremamente utilizado no Ayurveda devido ao seu benéfico efeito de controlar o elemento ar. Nutre principalmente os sistemas nervoso e ósseo (o que inclue unhas e cabelos) e alivia dores musculares.
Untuoso, pesado, doce, adstringente, amargo, quente e potencializador do elemento fogo. Devido ao seu aspecto untuoso aumenta a elasticidade da pele. É antioxidante e muito benéfico para ser usado em crianças em fase de crescimento e idosos porque fortalece o sistema ósseo. Pode ser misturado a óleos essenciais (para uso externo) ou medicado com ervas, direcionando o efeito do tratamento.

Ghi (manteiga clarificada)
O ghi é a gordura da manteiga, amplamente usado no Ayurveda. É resfriante, leve, penetrante e o melhor veículo para ervas. Equilibra o elemento fogo no corpo.
Nutre o sistema nervoso, a libido, o sistema imunológico, alivia queimaduras e hidrata pele ressecada. Pode ser usado interna e externamente. Em pequenas quantidades, no uso interno, aumenta a capacidade digestiva.

Usos do ghi na gravidez: é um dos principais alimentos, pois seu uso interno em pequenas quantidades (1 colher de sopa no almoço e 1 colher de chá à noite) fortalece o sistema digestivo, nutre o bebê que está se formando e lubrifica os
canais do corpo da mulher.
 



por Maíra Duarte 


Ainda não se convenceu?! Leia mais...






 

Massagem perineal para prevenção de lacerações no parto

A massagem no períneo no período pré-natal tem-se mostrado eficaz na prevenção da necessidade da episiotomia e na diminuição das lacerações que a mulher pode ter durante o parto.
Há dados na literatura médica que comprovam o benefício da massagem perineal. (leia artigo publicado em 2008, no Israel Medical Association Journal)
Essa técnica é usada para ajudar no alongamento/flexibilidade e preparar a pele do períneo (parte de pele, músculos etc. entre a vagina e o ânus) para o parto.


Essa massagem não vai apenas preparar o tecido do seu corpo, mas vai também permitir que você conheça e aprenda sobre as sensações do parto e como controlar esses poderosos músculos. Este conhecimento a auxiliará ao preparar-se para dar à luz o seu bebé. O conhecimento do que você sente nessa região do corpo vai ajudá-la a manter-se relaxada e a relaxar o períneo no parto e também durante outros exames vaginais que tenha que fazer em sua vida.


INSTRUÇÕES:


- Você deve iniciar a massagem perineal com aproximadamente 34 semanas de gestação. Massageie todos os dias por 5 a 10 minutos.


- Encontre um lugar onde se possa sentar e estar sozinha, ou com seu parceiro, ininterruptamente.


- Tente ver seu períneo com ajuda de um espelho, note como ele é. Nem sempre será necessário um espelho para essa tarefa!


- Pode usar compressas com toalhas mornas no períneo por 10 minutos, ou tomar um banho morno (de banheira, assento, ou chuveiro, em último caso), caso precise relaxar.


- Lave as suas mãos e peça ao seu companheiro para fazê-lo também, caso ele a ajude nas massagens.




- Lubrifique seus dedos polegares e o períneo. Você pode usar muitos tipos de lubrificantes: Gel Lubrificante Íntimo (encontrado nos hipermercados e farmácias), KY Gel®, óleo de vitamina E, óleo vegetal puro, óleo de semente de uva.


- Coloque seus dedos polegares um pouco dentro de sua vagina, empurre-os para baixo e pressione para os lados. Deve sentir um leve estiramento, formigamento, ou uma leve queimação, mas nada que seja dolorido. Mantenha esse movimento por 2 minutos ou até que região fique levemente adormecida.


- Se sofreu uma episiotomia ou lacerações prévias, preste especial atenção ao tecido de cicatrização que, geralmente, não é tão elástico e é onde a massagem deve ser feita mais intensamente, com cuidado.


- Massageie em volta e por dentro da região mais externa da vagina e seus tecidos, onde ela se abre, e mantenha sempre a lubrificação.


- Use seus polegares para puxar um pouco os tecidos, forçando-os a abrirem-se, imagine como seria se a cabeça do seu bebé estivesse fazendo esse movimento na hora do parto.


- Se seu parceiro estiver fazendo a massagem, pode ser muito útil que ele use os polegares. A sensação pode ser mais bem percebida por você, mas não deixe de guiá-lo com suas sensações para que ele saiba qual a pressão que deve utilizar. Nesta massagem, quando ela está sendo feita pelas primeiras vezes, é comum que seja possível usar somente um dedo, até que a musculatura seja trabalhada e possa ser estendida.


ATENÇÃO:


1. Evite mexer no ou abrir o orifício da uretra (logo acima da vagina) para evitar infecções urinárias.


2. Não faça massagens no períneo se você tiver lesões ativas de herpes (isso pode causar o aumento da área das lesões).


3. Pode começar essas massagens em torno da 34a semana de gravidez. Se já passou da 34a semana e ainda não começou, não desista! A massagem pode trazer-lhe benefícios ainda assim. Pode fazê-la pelo menos uma vez por dia.


4. Lembre-se que a massagem sozinha não vai proteger seu períneo, mas ela é parte de um grande esquema. Escolher uma posição vertical para parir (de cócoras, de joelhos, sentada etc.) favorece a distribuição de pressão no períneo. Se escolher parir deitada de lado, isso também reduz muito a pressão no períneo. Deitada de costas, totalmente na horizontal, é a posição para parir em que há mais chances de se provocar lacerações e necessidade de episiotomia.


Exercícios de Kegel e fortalecimento da musculatura pélvica


 


Contraia seus músculos da pelve por três segundos, depois relaxe por três segundos. Faça isto de 10 a 15 vezes por dia. Você pode fazer os exercícios de Kegel deitada, mas também pode fazer durante outras atividades diárias, como sentada durante uma refeição, andando de carro ou falando ao telefone.


Use óleos de preferência a base vegetal, podendo ser inclusive azeite.

Fonte: http://douladrikacerqueira.blogspot.com/2011/02/massagem-perineal-para-prevencao-de.html 

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Produzida por amigas do Parto

Métodos para alivio da dor no trabalho de parto - Parte I


A dor durante o trabalho de parto é universal: parir foi e é considerado doloroso por quase todas as culturas do mundo. Em nossa cultura, predominantemente judaico-cristã, as dores no parto são vistas como um castigo de Deus a Eva e suas descendentes pelo pecado original: "Multiplicarei as dores de tua gravidez, será na dor que vais parir os teus filhos" (Gênesis, III, 16).


A hospitalização do parto, levando-o a ser considerado um evento médico-cirúrgico, e a percepção cultural de que toda dor é um sintoma de doença e deve ser suprimida, resultaram na crença de que a dor no parto é dispensável e sem valor, e deve ser curada com equipamentos e tecnologia apropriados.

No entanto, muitas mulheres demonstram o desejo de lidar com a dor no trabalho de parto e parto sem intervenções farmacológicas. Isso se deve ao desejo de pouca interferência no processo fisiológico do nascimento, de “estar no controle”, de ter escolhas, de ser encorajada a confiar no corpo para superar a barreira da dor por seu próprio ritmo natural. Também pelo medo de efeitos colaterais que possam afetar a criança, já que a mulher passa a gestação inteira sendo alertada quanto aos perigos do uso de qualquer medicação para seu filho.

Não é possível prever a intensidade da dor para cada parto. Cada mulher é única e cada parto é vivenciado de forma única. Diversos fatores podem influenciar a intensidade da dor sentida por uma parturiente, como a tensão, a ansiedade e o medo do parto, a motivação para o parto e a maternidade, a paridade (primíparas referem mais dor que multíparas), a participação de cursos de preparação para o parto, a idade da paciente, o nível sócio-econômico, o antecedente de dismenorréia (cólica menstrual), o tamanho do feto, o peso da parturiente, a hora do parto, outras experiências dolorosas vivenciadas antes do parto, a posição da parturiente durante o trabalho de parto, o uso de drogas para induzir ou aumentar as contrações uterinas, além de normas sociais que também podem influenciar o julgamento da intensidade da dor.

Mesmo quem não pretende utilizar nenhum método para alívio da dor no trabalho de parto e parto, precisa conhecer os disponíveis. Em algumas situações pode haver necessidade e, conhecendo as alternativas, pode-se participar da escolha do método. 

Para escolher os métodos analgésicos que podem ser utilizados, devem ser considerados riscos, benefícios e também o desejo da parturiente. Lembrando que um alívio total da dor não necessariamente implica em uma experiência de parto mais satisfatória. O importante é que a parturiente se sinta segura e confortável. Conversar com a equipe de assistência e incluir os métodos de preferência e os que NÃO deseja utilizar no “plano de parto” é essencial. 

Pensando no conforto, mais que no alívio da dor em si, inicio com algumas “dicas”para as parturientes. Essas dicas são baseadas em um texto da internet (infelizmente perdi a referência) e na prática de acompanhar gestantes. A seguir, apresento as técnicas não farmacológicas mais estudadas de maneira “científica” com alguns comentários e, finalmente, comento as técnicas farmacológicas.

30 medidas para o conforto durante o trabalho de parto:
A parturiente pode tentar todas as que quiser. Certifique-se de sentir-se confortável. O que propicia uma deliciosa sensação de alívio para uma mulher pode não servir para outra. E, com o avanço da dilatação, o que antes parecia confortável torna-se incômodo. Tanto a mulher quanto seus acompanhantes devem estar prontos para ir mudando as técnicas.



Ambiente: 
· Pouca luz
· Som “pacífico” (parecem ser melhores os sons da natureza (como pássaros, água correndo, ondas), mas os naturais mesmo, não gerados por sintetizador).
· Privacidade (em alguns locais isso é um pouco difícil, mas pode ser conseguido com um “isolamento” com cortinas improvisadas com lençóis, por exemplo.
· Aconchego
· Música

Físico:
· Caminhar
· Balançar a pelve
· Deitar sobre travesseiros
· Dançar “música lenta” com o parceiro
· Sentar na “bola de parto”
· Levantar o abdômen

Toque:
· Massagem
· Tapinhas no local da dor
· Afagar/ acariciar
· Contrapressão na região lombar
· Do-in

Calor:
· Banho de banheira
· Banho de chuveiro 
· Compressas quentes

Frio: 
· Compressas frias
· Tecido frio para colocar no rosto

Cognitivo: 
· Visualização
· Afirmação
· Atenção na própria respiração
· Padrões de respiração
· Não focar a atenção em nada (atenção a todos os sons, cheiros, sensações táteis sem focar)
· Rezar

Outros:
· Aromaterapia
· Cromoterapia 
· Vocalização 
· Acompanhante ao parto

Técnicas:
Não Farmacológicas
São técnicas que não utilizam remédios ou drogas. O alívio da dor que proporcionam é menor do que o obtido com as técnicas farmacológicas, mas, geralmente, não tem contra-indicações ou efeitos colaterais.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sugiro que deem uma olhadinha nesse video, mto lindo...

www.youtube.com
Tratto dal film "NASCERE e SHANTALA , la nascita senza violenza e il massaggio del bambino" . Quando i bambini vengono al mondo, invece di respirare semplice...

domingo, 30 de outubro de 2011

Afinal, quem inventou essa história de parto deitada?



Durante grande parte da história da humanidade a mulher deu a luz acompanhada de outras mulheres (parteiras) de cócoras ou sentada.

Em 1513, o médico alemão Dr. Eucharius Rosslin publicou o primeiro manual sobre gravidez para o grande público, “The Rose Garden for Pregnant Women and Midwifves”. Dividido em 12 capítulos, o livro ensinava como a mulher deve se portar durante e depois da gravidez, como o bebê se apresenta no útero (acreditava-se que o esperma masculino continha uma miniatura humana e que o corpo da mulher era um mero recipiente para o desenvolvimento do bebe), entre outros tópicos. Ele foi campeão de vendas por mais de 200 anos e foi traduzido em 5 línguas. É isso que conta o livro “Get Me Out – A History of Childbrith”, da jornalista norte-americana Randi Hutter Epstein.

Infelizmente, um dos maiores feitos do livro foi difamar as parteiras e dar início ao domínio masculino na sala de parto, já que o negócio se mostrava lucrativo entre as classes mais abastadas. As parteiras passaram a ser consideradas incultas e negligentes. Mas, sua reputação foi totalmente jogada na lama com o advento de instrumentos obstétricos, como a fórceps, obviamente desenvolvida pelo ala masculina.

Fórceps

Durante duas gerações,, uma família de médicos, de origem francesa na Inglaterra, foram os responsáveis por inventarem e implantarem o fórceps. Alguns livros de história atribuem a invenção ao médico francês Francis Mauriceau, mas diz-se que na verdade os Chamberlens tentaram vender a invenção para Mauriceau, mas a demonstração foi um fiasco, o útero da paciente rasgou e mãe e bebê não sobreviveram.

A propaganda era de que com a ferramenta, que só eles possuíam e sabiam usar, era possível dar a luz mais facilmente e com segurança. A realidade não era bem assim. Mas a propaganda era boa e todas as mulheres inglesas com cacife, exigiam um Chamberlens. E por duas gerações eles trabalharam para a família real inglesa.

A popularidade dos Chamberlens fez com que o parto fosse dominado pelos homens, considerados mais cultos e sábios, por toda a Europa, assim escsntearam as parteiras. Para facilitar o seu trabalho, eles foram os responsáveis por tirar a mulher da posição natural de cócoras ou sentada e a colocaram deitada, contra a gravidade justificando que os homens-parteiros não podiam ver as partes íntimas da mulher, então a maioria dos partos passou a ser realizado debaixo de panos ou até mesmo de olhos vendados. Que atraso !

Durante esse período da história a inquisição estava em seu auge e consequentemente as parteiras também foram alvo fácil para as acusações de prática de bruxaria. E ai se alguma fatalidade ocorresse durante um parto realizados por parteira ela ia parar na fogueira. Essas inquisições foram incentivadas pelos “parteiros”, na ganância de dominar o negócio lucrativo.

O fórceps dos Chamberlens foi descoberto com a morte de seu último dono. O instrumento consistia de duas rudimentares colheronas, que eram colocadas uma de cada vez dentro da vagina segurando a cabeça do bebê, que então era puxado para fora.
Até os dias atuais, o uso do fórceps desperta controvérsias. Ele já salvou muitas vidas e tirou outras. Teve momentos da historia em que ele foi abolido em seguida amplamente usado e requisitado. Mas uma coisa é certa, ele foi o grande responsável pelo início da mecanização do parto e das intervenções cirúrgicas.

No final do século 19, dar a luz em maternidades passou o a ser a norma. A mentalidade machista da época insistia em acabar com as parteiras convencendo as gestantes de que seria melhor estar nos hospitais dominados por doutores. Entretanto, foi nesse período que o número de casos de mortes durante o parto atingiu o seu pico e ter um filho era como uma roleta russa. A grande maioria das mortes se dava devido a infecções. Ainda não havia conhecimento dos germes e ninguém se preocupava em lavar as mãos nos hospitais. Hoje se sabe que as mulheres que permaneciam em casa na hora do parto, na companhia de uma parteira, tinham melhores chances de sobreviver.

No entanto, o vínculo de dar a luz e morrer tomou proporções assustadoras e transformou o ato natural do parto em um momento de apreensão e medo. A mulher deposita no outro, geralmente o médico, a responsabilidade do parto. Ela quer garantias e não quer sentir dor. E foi ai que ela perdeu sua força, seu instinto animal, seu momento de êxtase, seu empoderamento.

Fonte:
Get Me Out – A History of Childbrith”, Randi Hutter Epstein.

sábado, 15 de outubro de 2011

Publicação da Gazeta


Novos médicos não sabem lidar com parto normal

Publicado em 15/10/2011 | POLLIANNA MILAN
Entre os 3 mil médicos entrevistados na pesquisa conduzida pelo CFM, Febrasgo e ANS há algo em comum: os formados recentemente, em sua maioria, não acham um problema a quantidade de cesarianas feitas no Brasil, apesar de o índice estar bem acima do aceitável. A médica Lucila Nagata, da Febrasgo, chama a atenção para um ponto pouco discutido: as universidades de hoje formam excelentes cirurgiões, mas não ensinam aos obstetras como acompanhar um parto normal. “Os colegas têm hoje maior ênfase no saber operar e, muitos, quando se deparam com um parto normal, não sabem como proceder”, explica.
Para Lucila, outro problema é a quantidade de processos judiciais (normalmente éticos) que surgem contra os médicos que tentam fazer parto normal e acabam indicando a cesariana em um tempo não hábil para salvar a mãe ou o bebê ou para evitar algum problema no parto. “Muitos preferem a cesariana para não correr este risco.”
Dinheiro
A remuneração dos médicos no Brasil, pelos planos de saúde, também é diferente quando o parto é normal ou cesariana. Antiga­­mente se pagava mais pela cesariana, hoje grande parte dos planos de saúde paga o mesmo valor e alguns já inverteram a lógica: pagam mais pelos partos normais como incentivo. Recen­­temente a Gazeta do Povo publicou que os médicos que fazem cesarianas chegam a cobrar um valor extra (por fora) da parturiente para ela ter a garantia da presença dele na hora do parto cesáreo (alguns planos de saúde aceitaram esta atitude). Há ainda outra questão: por mais que os médicos recebam mais pelo parto normal, este costuma demorar muito mais que a cesariana, ou seja, o valor/hora do parto normal não compensa. “Uma das sugestões é que os planos de saúde montem equipes qualificadas para o acompanhamento do trabalho de parto (assim como existem as equipes de plantão nos hospitais públicos). Assim, esta equipe atenderia a mulher e, o obstetra, só seria acionado quando estivesse muito próximo de o bebê nascer. Poderia ser uma alternativa. Estamos buscando soluções”, diz o coordenador da Comissão de Parto Normal do Conselho Federal de Medicina, José Fernando Maia Vinagre.