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domingo, 30 de outubro de 2011

Afinal, quem inventou essa história de parto deitada?



Durante grande parte da história da humanidade a mulher deu a luz acompanhada de outras mulheres (parteiras) de cócoras ou sentada.

Em 1513, o médico alemão Dr. Eucharius Rosslin publicou o primeiro manual sobre gravidez para o grande público, “The Rose Garden for Pregnant Women and Midwifves”. Dividido em 12 capítulos, o livro ensinava como a mulher deve se portar durante e depois da gravidez, como o bebê se apresenta no útero (acreditava-se que o esperma masculino continha uma miniatura humana e que o corpo da mulher era um mero recipiente para o desenvolvimento do bebe), entre outros tópicos. Ele foi campeão de vendas por mais de 200 anos e foi traduzido em 5 línguas. É isso que conta o livro “Get Me Out – A History of Childbrith”, da jornalista norte-americana Randi Hutter Epstein.

Infelizmente, um dos maiores feitos do livro foi difamar as parteiras e dar início ao domínio masculino na sala de parto, já que o negócio se mostrava lucrativo entre as classes mais abastadas. As parteiras passaram a ser consideradas incultas e negligentes. Mas, sua reputação foi totalmente jogada na lama com o advento de instrumentos obstétricos, como a fórceps, obviamente desenvolvida pelo ala masculina.

Fórceps

Durante duas gerações,, uma família de médicos, de origem francesa na Inglaterra, foram os responsáveis por inventarem e implantarem o fórceps. Alguns livros de história atribuem a invenção ao médico francês Francis Mauriceau, mas diz-se que na verdade os Chamberlens tentaram vender a invenção para Mauriceau, mas a demonstração foi um fiasco, o útero da paciente rasgou e mãe e bebê não sobreviveram.

A propaganda era de que com a ferramenta, que só eles possuíam e sabiam usar, era possível dar a luz mais facilmente e com segurança. A realidade não era bem assim. Mas a propaganda era boa e todas as mulheres inglesas com cacife, exigiam um Chamberlens. E por duas gerações eles trabalharam para a família real inglesa.

A popularidade dos Chamberlens fez com que o parto fosse dominado pelos homens, considerados mais cultos e sábios, por toda a Europa, assim escsntearam as parteiras. Para facilitar o seu trabalho, eles foram os responsáveis por tirar a mulher da posição natural de cócoras ou sentada e a colocaram deitada, contra a gravidade justificando que os homens-parteiros não podiam ver as partes íntimas da mulher, então a maioria dos partos passou a ser realizado debaixo de panos ou até mesmo de olhos vendados. Que atraso !

Durante esse período da história a inquisição estava em seu auge e consequentemente as parteiras também foram alvo fácil para as acusações de prática de bruxaria. E ai se alguma fatalidade ocorresse durante um parto realizados por parteira ela ia parar na fogueira. Essas inquisições foram incentivadas pelos “parteiros”, na ganância de dominar o negócio lucrativo.

O fórceps dos Chamberlens foi descoberto com a morte de seu último dono. O instrumento consistia de duas rudimentares colheronas, que eram colocadas uma de cada vez dentro da vagina segurando a cabeça do bebê, que então era puxado para fora.
Até os dias atuais, o uso do fórceps desperta controvérsias. Ele já salvou muitas vidas e tirou outras. Teve momentos da historia em que ele foi abolido em seguida amplamente usado e requisitado. Mas uma coisa é certa, ele foi o grande responsável pelo início da mecanização do parto e das intervenções cirúrgicas.

No final do século 19, dar a luz em maternidades passou o a ser a norma. A mentalidade machista da época insistia em acabar com as parteiras convencendo as gestantes de que seria melhor estar nos hospitais dominados por doutores. Entretanto, foi nesse período que o número de casos de mortes durante o parto atingiu o seu pico e ter um filho era como uma roleta russa. A grande maioria das mortes se dava devido a infecções. Ainda não havia conhecimento dos germes e ninguém se preocupava em lavar as mãos nos hospitais. Hoje se sabe que as mulheres que permaneciam em casa na hora do parto, na companhia de uma parteira, tinham melhores chances de sobreviver.

No entanto, o vínculo de dar a luz e morrer tomou proporções assustadoras e transformou o ato natural do parto em um momento de apreensão e medo. A mulher deposita no outro, geralmente o médico, a responsabilidade do parto. Ela quer garantias e não quer sentir dor. E foi ai que ela perdeu sua força, seu instinto animal, seu momento de êxtase, seu empoderamento.

Fonte:
Get Me Out – A History of Childbrith”, Randi Hutter Epstein.

sábado, 15 de outubro de 2011

Publicação da Gazeta


Novos médicos não sabem lidar com parto normal

Publicado em 15/10/2011 | POLLIANNA MILAN
Entre os 3 mil médicos entrevistados na pesquisa conduzida pelo CFM, Febrasgo e ANS há algo em comum: os formados recentemente, em sua maioria, não acham um problema a quantidade de cesarianas feitas no Brasil, apesar de o índice estar bem acima do aceitável. A médica Lucila Nagata, da Febrasgo, chama a atenção para um ponto pouco discutido: as universidades de hoje formam excelentes cirurgiões, mas não ensinam aos obstetras como acompanhar um parto normal. “Os colegas têm hoje maior ênfase no saber operar e, muitos, quando se deparam com um parto normal, não sabem como proceder”, explica.
Para Lucila, outro problema é a quantidade de processos judiciais (normalmente éticos) que surgem contra os médicos que tentam fazer parto normal e acabam indicando a cesariana em um tempo não hábil para salvar a mãe ou o bebê ou para evitar algum problema no parto. “Muitos preferem a cesariana para não correr este risco.”
Dinheiro
A remuneração dos médicos no Brasil, pelos planos de saúde, também é diferente quando o parto é normal ou cesariana. Antiga­­mente se pagava mais pela cesariana, hoje grande parte dos planos de saúde paga o mesmo valor e alguns já inverteram a lógica: pagam mais pelos partos normais como incentivo. Recen­­temente a Gazeta do Povo publicou que os médicos que fazem cesarianas chegam a cobrar um valor extra (por fora) da parturiente para ela ter a garantia da presença dele na hora do parto cesáreo (alguns planos de saúde aceitaram esta atitude). Há ainda outra questão: por mais que os médicos recebam mais pelo parto normal, este costuma demorar muito mais que a cesariana, ou seja, o valor/hora do parto normal não compensa. “Uma das sugestões é que os planos de saúde montem equipes qualificadas para o acompanhamento do trabalho de parto (assim como existem as equipes de plantão nos hospitais públicos). Assim, esta equipe atenderia a mulher e, o obstetra, só seria acionado quando estivesse muito próximo de o bebê nascer. Poderia ser uma alternativa. Estamos buscando soluções”, diz o coordenador da Comissão de Parto Normal do Conselho Federal de Medicina, José Fernando Maia Vinagre.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Curso para Gestantes

CURSO PARA GESTANTES


ESPAÇO AKALANTO OFERECE
CURSO PARA GESTANTES
O Parto:
Parto Humanizado, Preparação para o Parto, Exercícios Facilitadores e a utilização da Música no trabalho de parto e parto.

Carolina Rodrigues - Doula e Musicoterapeuta
Rosemary Pereira - Doula e Enfermeira com Habilitação em Obstetrícia
Data: 29/10/2011
Horário: das 9 horas às 12 horas
Local: Rua Bahia, 86 – Gonzaga
Investimento: R$ 80,00 (o casal)
Vagas Limitadas

Inscrições no local ou pelo telefone – 3224 7227

Pagamento antecipado no local ou via depósito bancário em nome de Carolina de Castro Gonçalves Rodrigues – Dados Bancários:
Banco do Brasil
Agência: 2985-8
Conta Poupança: 12553-9
Variação: 01

INSCREVA-SE!!! PARTICIPE!!!
SORTEIO DE UMA SESSÃO DE FOTOS FEITA POR
MAIRA PRADO

Dia da Doula

São Paulo já tem o dia da DOULA. E, o resto do país? (By Maria Alice Jansen) LEI Nº 14.586, DE 7 DE OUTUBRO DE 2011 ( Projeto de lei nº 344/11, da Deputada Ana Perugini - PT) Institui o “Dia Estadual da Doula” O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: ... Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei: Artigo 1º - Fica instituído o “Dia Estadual da Doula”, a ser comemorado, anualmente, em 18 de dezembro. Artigo 2º - A data de que trata esta lei passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Estado de São Paulo. Artigo 3º - Os objetivos do “Dia Estadual da Doula” são: I - estimular ações informativas visando à conscientização da importância das doulas; II - promover debates e outros eventos sobre a importância das doulas na gestação. Artigo 4º - vetado. Artigo 5º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Artigo 6º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Palácio dos Bandeirantes, 7 de outubro de 2011 GERALDO ALCKMIN Giovanni Guido Cerri Secretário da Saúde Sidney Estanislau Beraldo Secretário-Chefe da Casa Civil Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 7 de outubro de 2011.

Depoimento do site amigas do parto..vale a pena !!!


Cassiano Tadiotto Cielo, o bem nascido. Um parto místico

Cariny Baleeiro Tadiotto Cielo

E eis que o “Dia da árvore” chegou. Amanheceu 21 de setembro (de 2011) e minha comunhão com o bebê era tanta que eu já pressentia que algo estava por vir.

Acordei e quando fui ao banheiro, o anúncio: sangue. A visão me trouxe euforia, como se uma grande festa estava começando. Contei pro meu marido que havia chegado a hora. Era tempo dele se preparar. Fomos, os dois, em um dos médicos que me acompanhava no pré-natal e, no exame, eu já estava com 3-4 cm de dilatação. Pronto, era este dia! O grande dia! 

Eu oscilei entre chamar assistência (que viria de Porto Velho-RO, capital, há 470 km), ou ficar somente eu e meu marido. Hoje eu vejo que apenas não queria admitir para mim mesma, para a minha parcela racional e masculina, que queria mesmo era parir sozinha. Meu marido me ajudou a dar um decisivo passo me dizendo: “Ou vai ser só nos dois ou
iremos pro hospital”. No fundo, eu sabia o que isso queria dizer: seria só nos dois, pois hospital nunca foi uma opção para mim. Há meses, quando me vi grávida, eu sabia exatamente onde e como o bebê, aquele ser de luz que estava nos escolhendo, queria nascer. 

Precisei fugir para a mata para me permitir. Sim, peguei meu carro, no fim da tarde, e fui para um hotel de selva. Fiz toda uma trilha ecológica, sozinha, chorando, pensando, meditando... acompanhei o pôr do sol, repetindo para mim: “Quero porque é certo!”. Lembrei do livro “Ciranda das Mulheres Sábias" que resolvi ler faltando dias para o parto. Conversei com a Mãe Terra, me senti canal, virei mulher, virei sábia e quando cheguei em casa, à notinha, abracei meu amor, nos emocionamos juntos com tudo que estava por vir.
Os filhos maiores entraram na energia e também integraram a emoção. Éramos mesmo, agora, somente eu, ele e nosso filho por nascer.

Às 22h54, minha mensagem para a Thayssa, minha doula à distância: “Tô indo tentar dormir, me deu um sono louco, tá de 10 em 10 min., perdi o tampão”. Às 02h00 alguma coisa me acorda e, pronto, chegou minha hora, a nossa hora. O Uillian me vê e pergunta se eu quero algo. Ele liga música, busca algo para eu beber e, pronto, a jornada do nascimento estava tendo início. 

Despedi-me do dia 21, passei a madrugada em trabalho de parto. Acredito que a natureza foi muito benevolente comigo, pois em momento algum tive contrações muito próximas ou muito dolorosas. Aliás, lembro de volta e meia pensar: "Cadê a dor? Cadê o ritmo?". Cheguei a achar que sequer estava em trabalho de parto verdadeiro, já que foi tudo muito suave, muito misterioso mesmo.

Eu dormia profundamente entre as contrações e, num dado momento fiquei sentada na bola e encostei minha cabeça na cama, foi uma delícia e acho que ajudou o bebê a ir se encaixando. Meu marido cochilava junto comigo, quando dava. Eu sabia que devia me movimentar, ficar na vertical... lembrava de tudo que eu havia gravado fundo na minha mente. Era como se agora eu agisse automaticamente, como resultado de tudo que eu tinha aprendido e apreendido. Era muito reconfortante, me sentia segura, em terreno conhecido. 

Fui ao banheiro diversas vezes. Caminhava pelo meu quarto, pelo meu território, com o meu cheiro. 

Olhava aquele cenário que durante meses eu gravei, visualizei e sonhei. Não havia outro lugar no mundo onde eu deveria estar, que não ali. Não havia outras pessoas a me acompanhar que não o meu homem, o meu eleito. Estava tudo perfeito! Via aquela mulher, no espelho, nua e olhava aquela barriga linda e dizia: Adeus... 

Depois da cada contração, o bebê se movimentava e isso me deixava ainda mais solta e relaxada. Uma comunicação mesmo, uma conexão. Estávamos juntos naquela viagem de partida e de chegada. “Deus meu, como eu sonhei com este dia...” 

Quando fiquei me sentindo confusa e cansada e, principalmente, ainda achando que as coisas não estavam engrenando, olhei pra janela do banheiro, vi que estava amanhecendo. Pedi pro meu marido a banqueta de cócoras que eu havia mandado fazer e fui pro chuveiro quente. Não tenho a menor noção do tempo que fiquei lá, completamente em transe. Meu marido aproveitou para dormir. Eu acredito
que nesta hora eu estava bem na fase de transição, chegando aos 10 cm, mas era tudo muito suave, muito místico para mim. 

Resolvi me tocar, mesmo sem ter noção alguma disto. Esperava sentir a cabeça do bebê, mas acredito que eu senti a bolsa, pois era algo fofo; no entanto, pelo espaçamento entre meus dedos no colo, imaginei que há havia dilatado tudo, sei lá... 

Saí do chuveiro e deitei-me na cama com aquela sensação maravilhosa de calor do banho e apaguei. Lembro-me de dizer para o bebê que eu precisava de uma trégua, um descanso. E, sim, ele me respondia! Que milagre! E então, parou tudo, veio uma calmaria, feito bálsamo. Não sentia mais contrações nem desconforto e dormi profundamente. O bebê mexia o tempo todo. Sentia seus pés nas minhas costelas e sua cabeça pressionando meu baixo ventre. Acordei e disse pro meu marido que eu precisava ir ao banheiro. Era o período expulsivo começando... 

Liguei pra Thayssa e disse que não sabia se era hora certa. Nem lembro direito do que conversamos, mas uma mensagem que ela mandou em seguida me deu uma estranha certeza, eram 08h38 da manhã: “Tenta relaxar e ouvir o que o corpo manda fazer. Observa, se ele mandar empurrar pode empurrar”. Acredito que eu estava com medo do incrível poder do meu corpo, do tsunami que estava por vir. Lembrei que li no livro do Deepak Chopra que “quando a mente serena, o corpo assume o comando”. Era o que faltava: me entregar às ondas gigantes e nadar, confiante, de braçadas. 

Meu marido estava sentado na minha frente, me olhou firme e disse: "Se é a hora, então vamos, me dá sua mão". E eu dei. Confiei naquele homem que havia me dito que seria a única pessoa que não iria me decepcionar. Sim, ele foi comigo rumo ao desconhecido. Ele manchou as mãos com o sangue do meu corpo e viveu comigo o evento mais feminino do universo. Ele foi meu esteio naquilo que sequerconhecia. Ele acreditou em mim, acreditou no invisível, acreditou no que estava completamente fora dele. É chegada a hora de cumprir o votos... 

Fiquei de joelhos, exatamente onde visualizei o parto, dia após dias, durante meses. Abracei meu amor e lembro-me de, entre os puxos, dormir de lado, profundamente. Quando eles voltavam, o meu marido me aparava e nos abraçávamos novamente. Num instante ele sussurra no meu ouvido: “Você está sentindo o bebê nascendo?”. E eu disse: “Sim, põe sua mão, amor”. E ele sentiu o bebê coroando. Eu senti o círculo de fogo e apenas respirei completamente dominada pelas poderosíssimas forças ocultas da vida. Eu sabia, o Divino estava ali. Fechei os olhos e vi uma imagem que há dias atrás havia visto num site. Era gravura de uma mãe e seu filho, no momento da separação física, emocional e espiritual. Fiquei com esta imagem, me apeguei a ela. 

Com um puxo a bolsa estourou e com mais uns três ele chegou! Tinha uma circular de cordão que meu marido tirou com a autoridade de quem fez isso a vida toda. Passou-me o bebê, com um olhar de orgulho que nunca vou esquecer. Eu limpei seu rostinho e imediatamente o colei no meu peito. Não ouvimos gritos ou choros. Ele tossiu e fez um choramingo, só. Nos beijamos, beijamos o nosso filho e o sagrado nos selou. Sentimos a imortalidade, havíamos sentido, intensamente, toda a jornada da vida. 

O bebê, de olhos fechados e com aquele cheirinho de bala, respirando bem rapidinho era a própria visão do Eterno. Foi mudando de cor, lentamente, nos meus braços, enquanto o cordão umbilical ainda pulsava, preso a mim e à placenta. Aqui estava ele. Nascido na mesma aura de intimidade com que foi, um dia, atraído para esta família. Veio do amor e pelo amor, ancorar neste lar, mergulhado em uma paz profunda. A criança encantada. O bem nascido. 

Não tive laceração, ele nasceu com 3.555 kg e 51 cm às 09h00 da manhã de um dia lindo!

Meia hora depois do nascimento ligamos para uma GO que me acompanhava no pré-natal. Ela chegou, muito carinhosa acompanhou a dequitação da placenta (que agora está plantada no jardim). Meu marido acordou nossos outros filhos que acompanharam tudo, inclusive o corte do cordão umbilical. Não conseguimos filmar, não deu tempo ou não era para ser. Aquele chorinho mágico... aquela cena surreal... tudo ficará ressoando para sempre na nossa memória, só na nossa, como um pacto sagrado. Gravada, profundamente, nas nossas células. Sem replay.

Fiz viagens físicas e viagens emocionais. Sorri e chorei. Construí e destruí diversos castelos. Travei batalhas internas para admitir que queria o que era certo. Hoje, sei que defendi, acirradamente, os interesses do meu filho. E que perambulei pelo mundo dual em que estou inserida lutando para ter respeito e dignidade no momento mais importante da minha vida. 

Eu não faço apologia ao parto desassistido. Nem nunca quis que isso se transforme em uma bandeira. Lutei para conseguir atendimento. De qualquer forma, a maneira como as coisas aconteceram foi perfeita para a minha estória. Continuarei lutando por assistência onde me sinto mais segura e para garantir isso às mulheres que sentem igual a mim. Não quero que chamem isso de coragem. Não, não se trata de coragem. Estamos falando de fé! 

Cassiano nasceu em paz, e eu e meu marido renascemos. 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vantagens do parto normal em relação a cesárea

Como a natureza quer: se o parto normal é o desfecho natural de uma gravidez, por que fugir dele antes mesmo de saber se uma cesárea é de fato indicada para o seu caso? “O ideal é que o bebê escolha o dia em que quer nascer”, como uma fruta que amadurece no pé. É claro que, se surgem complicações durante o trabalho de parto a cesariana pode até salvar a vida da mãe e do filho. “Mas, quando a cirurgia é agendada, corre-se o risco de a criança nascer prematura,  principalmente com pulmões imaturos, levando a problemas respiratórios graves. 

A criança respira melhor: quando passa pelo canal da vagina, o tórax do bebê é comprimido, assim como o resto do seu corpo. “Isso garante que o líquido amniótico de dentro dos seus pulmões seja expelido pela boca, facilitando o primeiro suspiro da criança na hora em que nasce”, Sem falar que as contrações uterinas estimulam a produção do hormônio cortisol produzido pelo organismo do bebe deixando os pulmões preparados para trabalhar a todo vapor. A cesárea, por sua vez, aumenta o risco de ocorrer o que os especialistas chamam de desconforto respiratório. Esse problema pode levar a quadros de insuficiência respiratória e até favorecer a pneumonia. 

Acelera a descida do leite: “Durante o trabalho de parto, o organismo da mulher libera os hormônios ocitocina e prolactina, que facilitam a apojadura”(descida do leite). No caso da cesárea eletiva, a mulher pode ser submetida à cirurgia sem o menor indício de que o bebê está pronto para nascer. Daí, o organismo talvez secrete as substâncias que deflagram a produção do leite com certo atraso prejudicando o aleitamento do bebê.  

Cai o mito da dor: por mais ultrapassada que seja, a imagem de uma mãe urrando na hora do parto não sai da cabeça de muitas mulheres, acalmem-se, hoje em dia  temos recursos naturais de alivio da dor como também,   “A analgesia é perfeitamente capaz de controlar a dor”, os médicos recorrem a uma estratégia que combina a anestesia raquidiana, a mesma usada na cesárea, e a peridural. “A paciente não sofre, mas também não perde totalmente a sensibilidade na região pélvica”, explica a anestesista Wanda Carneiro, diretora clínica do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Dessa forma, ela consegue sentir as contrações e até ajudar a impulsionar a criança para fora. 

Recuperação a jato:   24 á 48 horas após o parto normal, a nova mamãe pode ir para casa com o seu bebê. Em alguns casos, para facilitar a saída da criança, os médicos realizam a episiotomia, um pequeno corte lateral na região do períneo, área situada entre a vagina e o ânus. Quando isso acontece, a cicatrização geralmente leva uma semana. Já quem vai de cesariana recebe alta normalmente entre 60 e 72 horas após o parto e pode levar de 30 a 40 dias para se livrar das dores. 

Mais segurança: como em qualquer cirurgia, a cesárea envolve riscos de infecção e até de morte da criança. “Cerca de 12% dos bebês que nascem de cesariana vão para a UTI”, revela Renato Kalil, obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. No parto normal, esse número cai para 3%. “A sensação da cesariana é semelhante à de qualquer outra cirurgia no abdômen. É, enfim, como extrair uma porção do intestino ou operar o estômago”, compara Kalil. E, convenhamos, o clima de uma sala cirúrgica não é dos mais agradáveis: as máscaras dos médicos, a sedação, a dificuldade para se mexer... 

domingo, 2 de outubro de 2011

Guia do papai



Parabéns! Você vai ser pai! .... "E agora?"- Você se pergunta? Ao mesmo tempo que a alegria vem ao seu coração, um mar de dúvidas invadem a sua mente. É perfeitamente normal.
O pai de hoje é um pai que participa, que quer saber, quer estar lá no dia, é por isso que você está aqui e nós vamos tentar ajudá-lo a entender o que estará acontecendo com a sua mulher, seu neném e até com você mesmo.
E já começamos perguntando se você sabe quais são as preocupações mais comuns do pai de primeira viajem?
          
1. Segurança: Esse é, pode-se dizer, o medo maior que assola a mente de um pai. "Será que conseguirei proteger a minha família e prover o que eles precisam?" É um medo comum, não só dos dias de hoje mas, sempre foi.
É toda uma situação nova para o casal, antes parecia tão simples, era só você e sua esposa. Agora você vê a responsabilidade pesando forte em suas costas. É um filho, uma benção que Deus põe em suas mãos. Agora você tem que ser forte em áreas que até então ainda não tinha sido necessário. O seu apoio é essencial, não só monetário como emocional. A futura mamãe estará atravessando uma maré de instabilidade emocional e você tem que estar firme e oferecer amor e serenidade.
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2. Paternidade: Não é engraçado como os pensamentos da gente são criativos e a mente viaja e, em uma dessas viagens você se pergunta "Será que eu sou mesmo o pai dessa criança?" Não é um fato muito comentado mas a idéia passa pela cabeça de pelo menos 50% dos pais. E o melhor é que, apenas uma pequena parte desses realmente acham que a esposa teve um caso. Dois pontos que não combinam. Como você pode achar que o filho não é seu e que sua esposa é fiel? Psicólogos afirmam que o que acontece na mente de muitos pais é que, eles ficam tão maravilhados com o milagre da vida que é difícil de acreditar que eles tiveram alguma coisa a ver com isso. Pode ser engraçado, mas acontece.
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3. Mortalidade: Testemunhando o começo da vida não é raro o pai se pegar pensando no fim dela. Você vê que você não é mais a geração mais nova. O sucessor já chegou e se tudo correr bem, você vai deixar essa vida antes dele.
Nessa hora, muitos pais jovens que sempre achavam que a vida é uma grande aventura e gostavam de se arriscar, esses mesmos homens começam a ver que a vida é muito preciosa e que eles não têm o direito de morrer. A vida agora tem mais valor.
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4. Saúde da sua família: O parto é um momento que preocupa tanto as mães quanto os pais. E agora você fica pensando e, lembra de tantas notícias de partos não bem sucedidos que você já ouviu. Você não lembra direito quem te contou e nem quando mas a notícia está lá na sua mente. "E se eu perder o meu bebê?" ou " E se minha esposa não aguentar? Como vou criar um filho sozinho?" É uma preocupação que já foi muito real. Na época de nossos avós, a causa maior de morte para mulheres com menos de 50 anos era parto. Mas felizmente hoje é raro. Mas é normal nos preocuparmos.
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5. Relacionamento: É comum achar que quando o bebê nascer ele vai ser número 1 e você não vai ser mais tão amado ou receber tanta atenção como antes. Esse é um medo que muitas vezes pode ser muito real. Não é raro a gente conhecer alguma família em que o pai só é permitido tocar, beijar ou pegar o bebê depois de muitas instruções e só se a mãe achar que é uma boa hora pra isso. De repente o pai se torna o menos importante na casa. Parece engraçado mas é verdade. Por isso é importante o pai mostrar que é o pai desde o começo da gravidez, participar e mostrar interesse. Se você não pode pegar o bebê por isso ou por aquilo, mostre que você também é responsável e tem o direito de mostrar o seu amor também.

Depoimento de Sabrina sobre seu parto

Depois de muito pensar (ou não..rsrs) decidimos que queríamos um bebê, mesmo com a vida um pouco particular que temos, sempre mudando de cidade, estado e país, pelo trabalho do meu marido, Angelo.
Então, descobri que estava grávida no dia 11 de novembro de 2009...fiz um teste de farmácia e deu positivo, após somente 3 meses de tentiva. Estava de aproximadamente 3 semanas....na hora o susto!! Chorei muito e pedi que meu marido fosse até uma farmácia e comprasse outro teste!(e ele foi, coitado.) Era uma mistura de sensações, alegria, medo, desespero, felicidade..tudo junto e misturado! Fiz o outro teste e também deu positivo..PRONTO!! DEUS NOS HAVIA CONCEBIDO UM PRESENTE!! (mas para confirmar fiz no outro dia o de sangue também) Eu só chorava....por 3 dias foi assim! Meu marido ficou estático, não sabia o que pensar..a primeira reação foi me consolar....rsrs..meu maior medo, era não ser uma boa mãe...e agora? eu pensava...  Lembrando sempre que foi uma gravidez DESEJADA e PLANEJADA...
Bom, passado o susto veio a nossa primeira dificuldade: ENCONTRAR UM MÉDICO EM SANTOS...como é difícil um atendimento breve, acho que em qualquer cidade! acabei por ir na primeira que consegui (porque também eramos recém chegados na cidade e não conhecíamos nada)...DECEPÇÃO! Eu toda radiante (agora já passado o susto), porém, não menos perdida e uma das primeiras coisas que a Dra. me perguntou foi PARA QUANDO EU GOSTARIA DE MARCAR A CESÁRIA, e eu querendo perguntá-la sobre PN...me tirou o chão, fiquei calada e disse que iria pensar nisso mais tarde...
Enquanto isso em casa, procurava na internet informações sobre tudo...parto, amamentação, bem estar..tudo realmente! Foi assim que descobri as DOULAS, que depois seria super decisivo para meu sucesso no PN do meu filho LUCA...(É esse o nome do meu príncipe!) Aliás, quisemos saber somente no 5° mês qual era o sexo do bebê, porque tínhamos optado por não ver, mas ao final a curiosidade foi aumentando e não resistimos!
Esqueci de citar que antes de "girar o mundo" trabalhei por 12 anos em hospitais (Centro Cirúrgicos e Obstétricos) em Hospital privado e particular ... e isso, depois de um tempo, pesou muito na minha decisão pelo PN (PARTO NORMAL/NATURAL) ..
Saí mais confusa do que quando entrei naquele consultório...mas não desisti, procurei uma outra médica que me falaram no supermercado!!(fazer o que??rsrs) Também uma outra decepção, não por me perguntar da cesária, mas por uma frase que me tocou profundamente: " SE VOCÊ CONSEGUIR, EU FAÇO O PARTO NORMAL...mas depende da sua dilatação, da sua placenta, da seu condicionamento, várias coisas.." Aquilo me assustou, eu pensei: será que é tão impossível assim?? (minha bisavó materna, teve 15 filhos, todos de parto normal, na “roça”, trabalhando para sobreviver, até o último instante!)
Bom, fui ainda mais duas vezes nessa médica, mas não se criava um laço, uma afinidade e percebi que ela era "automática" falava sempre as mesmas coisas, como se fosse uma gravação. Resultado: MUDEI DENOVO!! 
Já estava do 2° para o 3° mês, e cada vez mais me amadurecia a idéia de um PN, só me faltava mesmo era apoio médico... desta vez, ouvi falar de um Doutor, jovem e promissor! consegui uma consulta, e lá fui eu denovo...ÓTIMO, muito atencioso...MASSSSS, quando falei que minha intenção era um PN, ele relutou.....nesse ponto também já tinha optado por ter uma Doula, estava procurando pela internet e quando falei pra ele....bom, uma "cara" vale mais que mil palavras, rsrs. E..lá vou eu DENOVO, procurar um médico que respeitasse a MINHA escolha!!
Poucos dias depois, em uma cafeteria, a balconista me falou de uma médica chamada Cláudia Ribas, que era excelente e só fazia parto normal...BINGO!! achei a minha médica, pensei.
Liguei para o consultório: LOTADO! só tinha vaga para uns 3 meses depois...me vi em desespero! estava quase no 4° mês e ainda não tinha achado um médico no qual eu confiasse minha gestação, meu filho...foi então que num ato de desespero peguei todos os exames e o US que eu tinha feito do 3° mês e fui até o consultório dela, sem horário marcado, e ali fiquei, esperei por 4 horas, e a Dra. me atendeu!! Ali, uma outra gestante me falou sobre YOGA PRÉ-NATAL, que até então, eu nem sabia que existia (e muito menos o que era). A Dra. Cláudia conversou comigo, me deu atenção, me perguntou o que EU GOSTARIA DE FAZER..isso foi decisivo!! FINALMENTE HAVIA ENCONTRADO UM MÉDICO!! saí tão feliz, que não sei como explicar. Fui embora finalmente em paz, porque senti que poderia confiar nela! Ela própria me falou sobre DOULA, sobre YOGA PRÉ-NATAL, HIDROGINÁSTICA..tudo que poderia fazer com que meu parto fosse mais SAUDÁVEL, TRANQUILO e PRAZEROSO...(sim!! é possível!!)
Contratei uma Doula particular, para que me acompanhasse em casa (porque meu marido sempre estava trabalhando, então não tínhamos como ir em cursos para gestantes) e pela internet encontrei a ROSE (meu anjo da guarda, é assim que a chamo agora) que me chamou atenção por ser também enfermeira obstetra e educadora perinatal (porque eu tinha a intenção de ficar em casa o máximo que conseguisse, quando entrasse em trabalho de parto) os hospitais não me atraem (não existe nada mais tão “impessoal”), trabalhava neles por pura necessidade...
Finalmente as coisas começaram a dar certo! No 4° mês de gestação comecei a fazer Yoga Pré-Natal, na NAMASKAR com a Adriana, meu outro anjo!(que foi DECISIVO também para o sucesso do meu parto, porque sou uma pessoa muito ansiosa e não sabia ainda sentir o meu corpo), hidroginástica e a Rose começou as visitas comigo e com meu esposo. Foi o 1° contato dele com a "partolândia"..rsrs ela nos mostrava vídeos de todos os tipos de parto, para ele ir se abituando, e para eu ver também como eu gostaria que o nosso Luca viesse ao mundo...
Escolha feita, exercícios no dia a dia, Yoga para equilíbrio de corpo e mente, tudo certo!! Estávamos felizes!! Escolhi o Hospital/maternidade fazendo visitas nos que me interessavam (muito importante isso) junto com a minha doula, INFELIZMENTE em Santos não existem CASAS DE PARTO, então optei por um hospital acolhedor, e não esteticamente bonito (meus anos em hospitais também me ensinaram isso) DICA: opte por aquele que você se sentir bem acolhida e atendida logo na visita! Observe o "clima" que a maternidade te oferece, se é tranquila...porque deve-se lembrar que será um momento único, e que você estará debilitada, com dores (ou não) então que o ambiente aproxime-se o mínimo que seja do seu lar...observe detalhes, e não beleza!!
Hospital escolhido, PLANO DE PARTO pronto, médico escolhido e tudo correndo muitíssimo bem!! NÃO fui em hospital uma vez sequer em toda a gestação, nem fiquei doente. Claro, tive indisposições como toda grávida, mas passava sem medicamentos...sem nada "artificial", a Rose me fazia massagens, REIKI..tudo muito bom..rsrs e também tinha O CARINHO DO MARIDÃO, melhor que beijo de mãe pra curar dodói..rsrs. Angelo estava numa fase "pesada" de trabalho, mas sempre que podia estava presente, participativo em tudo!
Já no 7° mês, fazia exercícios de respiração e Yoga em casa ..me ajudavam a conter a ansiedade e a Adri e a Rose me diziam que seria importante na hora do parto..(E FOI, VIU!!!) ansiedade minha, do Angelo...não víamos a hora do nosso pequeno chegar! No dia 29/06, tinha consulta semanal com a Dra. Cláudia (esta também, sempre me encorajando e dizendo que eu teria um lindo PN em TODAS as consultas, muito animador ouvir isso!!) e foi então que ela me disse que estava com 2 dedos de dilatação!! minhas pernas tremeram, fiquei em choque de tanta felicidade! Nosso Luca começa a ficar pronto para vir ao mundo!! Liguei para meu marido e minha mãe, assim que saí da sala...mas não sentia nada diferente!! Fui dar uma volta, comi pipoca...peguei um taxi e fui pra casa...(isso eram umas 19 hrs).
Cheguei em casa, conversei com minha vizinha (que estava grávida do seu 2° filho e depois de uns meses teve um LINDO PARTO DOMICILIAR, também com a Doula Rose) conversei com o Angelo, que tinha uma consulta médica naquele dia as 21hrs e me queixei de "gases"(que me acompanhou durante toda a gestação) Angelo saiu as 20:30 para a consulta e eu tomei um chá de erva-doce e fui fazer exercícios na minha bola...as 21:15 aproximadamente, senti uma vontade ENORME de fazer xixi e quando me sentei no vaso minha bolsa estourou!! Automaticamente veio a 1° contração forte, não consegui sair dali! meu celular estava na sala e eu precisava chamar meu marido!! Fiquei ali, e quando passou fui devagar até a porta da minha vizinha e a chamei...(já tinha entendido que NÃO ERAM GAZES!! Era meu bebê que viria ao mundo!!) e vinham as contrações....a cada 5 minutos. Chamei Angelo, e minha vizinha-amiga se encarregou de me por no chuveiro e chamar a Dra. e a Rose! A Dra. nos orientou a ir para o Hospital(4 quadras de casa) porque as contrações já estavam sequenciais. A natureza começou a agir em mim, em casa mesmo,"esvaziei" bexiga, intestinos, estômago.. tudo naturalmente, respeitando meu corpo, meu tempo..quando Angelo chegou (desesperado..rsrs) eu estava na ducha, tentando respirar e ficar tranquila...e pensava a cada contração, que nosso filho estava mais próximo de nós (e não na dor que eu sentia)...a dor era forte sim...não vou mentir, mas era tudo tão ímpar...eu estava na "Partolândia" (o mundo para onde vamos, qdo estamos tendo o bebê..rsrs) estava TODA dentro de mim, concentrada e pedindo a Deus e a Virgem Maria que me ajudassem e que tudo corresse bem para nós 3!! As contrações vinham num espaço menor de tempo agora, e a caminho do hospital no banco da frente do carro, não via mais nada e ninguém...as 22:00 dei entrada na maternidade e a Dra. chegou logo após, e depois a Rose...e meu marido sempre perto, em trabalho de parto também... fui para o quarto com 3 cms de dilatação, e começamos o "trabalho de parto" realmente..
Rose me colocou no chuveiro, sentada na bola...eu a ouvia, mas as vezes saía de órbita...Luca estava bem, me ajudando muito, seu coraçãozinho parecia uma escola de samba...e como vinham fortes as tais contrações!! Desisti: pedi o anestesista!!! Mas a Rose e a Dra. me diziam: sim..sim...já vamos chamar! E nada...Me "ignoravam" GRAÇAS A DEUS..rsrs porque sabiam que não era real, era pela dor...e assim foi, fizemos respiração, exercícios de agachamento para ajudar Luca...e a Dra. ali, esperando MEU tempo...e a Rose ali, me deixando quase arrancar a mão dela e me dizendo: respira Saza, você vai conseguir!! você é guerreira!! O meu marido ficou ali o tempo todo, porém não muito perto de mim, porque eu o havia pedido isso... mas o fato de saber que ele estava ali, pra mim já era encorajador, suficiente....alagamos o banheiro (q era pequeno) bati a cabeça alguma vezes, mas tudo corria bem...(e nada do anestesista!!rsrs) Na fase de "expulsão" o que me incomodava e doía muito, não eram tanto as contrações, mas as hemorróidas que a gestação trouxe com ela..e não se podia fazer nada quanto a isso...então tratei de fazer muuuuita força nas contraçoes, para que o bebê viesse e tudo acabasse logo (eu estava cansada) me davam algo para beber e eu fazia a maior força do mundo..pra ter meu bebê logo nos meus braços!! Minha dilatação foi rápida...Luca quase nasceu de cócoras, tive que parar de fazer força, e fui andando (com o amparo da Dra. Cláudia) para o C.O. e então a 01:13 da manhã de 30/06/2010 nasceu Luca!! Sua "saída" (eu não gosto do termo: expulsão..rsrs) não me causou sofrimento algum...saiu tranquilamente, só percebi porque meu marido, ao lado da minha cabeça e segurando minha mão, começou a chorar...eu sorri, com um sentimento ENORME de ORGULHO DE MIM MESMA! sim, eu sou mulher!! sim, eu sou forte!!!sim, EU CONSEGUI!! Amantei Luca na sala de parto, e o amamento até hoje (está com 5 meses) sadio, forte e tranquilo...um menino feliz!
Meu bebê nasceu SEM EPSIOTOMIA, SEM LAVAGEM INTESTINAL, SEM JEJUM, SEM TRICOTOMIA, SEM MEDICAMENTOS e SEM ANESTESIA...simplismente como a natureza quis...quando ele quis....quando Deus permitiu e o Universo conspirou a nosso favor...NUNCA me senti tão próxima de Deus...foi uma experiência MARAVILHOSA e ÚNICA....no outro dia, as 9 da manhã, eu já estava tomando banho sozinha, e podendo cuidar do bebê em pé, sem dores!!
Ainda não entendo porque tantas mulheres se privam de um sentimento tão HUMANO...de uma "coisa" tão natural....
Pessoas especiais me ajudaram a ter um parto único e inesquecível...a dor a gente supera...assim que vê a "carinha" daquele ser que estava ali, dentro de você...eu estava numa cidade desconhecida, com pessoas "desconhecidas" e que naqueles meses passaram a fazer parte de mim, da minha história de vida....e isso é lindo!!
OBRIGADA Dra. CLÁUDIA, Doula ROSE, vizinha-amigona NÁDIA e ADRIANA (Yoga) , que acreditaram em mim, me respeitaram como mulher e ser-humano
e PRINCIPALMENTE ao meu marido ANGELO, que me proporcionou uma gestação tranquila, cheia de amor, carinho e compreensão...
Quando eu for ter outro bebê COM CERTEZA faço TUDO DENOVO!! A natureza é assim, Deus é perfeito...sabe muito bem o que faz!!
Quando me lembro das mulheres que faziam cesáreas (desnecessárias na maior parte das vezes) nos hospitais que trabalhei, me vem um sentimento de pena...não tem outro! Porque por medo, desinformação, ou uma “mentirinha” médica, se privaram de uma experiência única e prazerosa como a de sentir cada momento deste MILAGRE DA VIDA....

Esse é o relato de SABRINA e ANGELO, papais orgulhosos do nosso príncipe LUCA!!!