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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Charutinho de bebê



Você sabe o que é o charutinho de bebê?
É uma técnica fantástica para acalmar o bebê enrolando-o bem apertadinho em um cueiro. Ele se sente seguro, pois no útero ele ficou apertadinho nos últimos meses. Não machuca, muito pelo contrário, ele se sente muito confortável.
Os bebês quando choram muito, entram em um tipo de transe. Esse charutinho junto com o movimento de balançar e o Shiiiii no ouvido, deixa o bebê mais tranquilo e seguro. Se aliar ao banho de balde então, entram em êxtase!
Essa técnica é indicada para recém-nascido até mais ou menos uns 2-3 meses, pois após esse período ele fica mais durinho e o charutinho já não é tão confortável como antes.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O que fazer se a bolsa romper ?


O que a grávida deve fazer quando a bolsa estourar?

A primeira coisa é manter a calma. Veja as dicas

Redação Crescer

Shutterstock
Com a proximidade do parto, as futuras mães temem que a bolsa d’água estoure subitamente em público. A cena é comum em novelas, mas não na vida real. Na maioria dos casos, isso ocorre quando a mulher está na maternidade, em pleno trabalho de parto. "Apenas 10% das grávidas em final da gestação têm a bolsa rompida antes do início do trabalho de parto, que em geral começa com as contrações", explica o obstetra Jorge Kuhn, professor da Universidade Federal de São Paulo.
A bolsa d’água, que envolve o bebê no útero, é formada por duas membranas e preenchida pelo líquido amniótico. Tem a função de proteger o bebê contra traumas e infecções. Depois que ela se rompe, o parto ocorre, no máximo, nas 48 horas seguintes. Alguns obstetras, no entanto, optam por induzir o nascimento com medicamentos em seguida, a fim de evitar infecções.
Como saber se a bolsa estourou de verdade? "Não é difícil identificar, já que a perda de água é intensa e, ao contrário da urina, a gestante não consegue controlar", diz o obstetra Luciano Gibran, do Hospital e Maternidade São Camilo. O líquido amniótico tem cor clara, quase transparente, e cheiro de água sanitária. Em alguns casos, porém, o rompimento se dá sutilmente, gotejando aos poucos.
E o que a grávida deve fazer quando a bolsa estoura? A primeira coisa é manter a calma. O estouro da bolsa não significa que o bebê irá nascer imediatamente. Se o líquido for transparente, você não precisa ter pressa. Ligue para o seu companheiro e o seu médico, tome um banho, arrume as coisas e vá para a maternidade. Se junto com o líquido sair uma secreção de coloração escura, siga para o hospital rapidamente. Quando adquire cor, pode indicar, por exemplo, que houve o descolamento de placenta.
Se a bolsa romper antes do fim da gestação, vá para a maternidade e ligue para seu obstetra. Há casos em que o médico consegue adiar o parto para que o bebê se desenvolva um pouco mais. Como o líquido continua a ser produzido pela placenta, a mulher deve ficar em repouso para mantê-lo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Benefícios do Parto de Cócoras

Parto na Posição de Cócoras

Em nossos dias está se produzindo a idéia de que a mulher pode e deve dar a luz na posição que desejar. Essa posição não é pré-determinada conscientemente, mas ela a escolhe nos instantes que antecedem o nascimento do seu filho.
Esse momento se situa quase no fim do trabalho, no período que se convencionou chamar de expulsivo. É então que quase num estado de inconsciência ela determina qual a melhor posição para si própria.
Havia uma época que se prolonga até os dias de hoje, na qual a mulher não tinha direito de escolha. Chegava ao hospital e imediatamente era colocada em decúbito dorsal e, às vezes suas pernas eram amarradas nas perneiras laterais, ficando sem poder se mexer numa posição semelhante ao do frango assado que por falta de uma ilustração melhor explicar bem claramente a posição na qual ficava. Assim, mesmo que quizesse, não poderia se mover ou permanecer na posição mais confortável para ela.
O ato de parir se assemelha muito ao ato de defecar.
Quem já ficou acamado por algum tempo sabe da dificuldade de defecar deitado, é ant-fisiológico, desagradável, e super-difícil. Pois assim a mulher era obrigada a parir. Os povos nativos quando longe dos civilizados têm liberdade de escolher a posição e o lugar do parto. A maioria prefere acocorar-se dentro dàgua nas margens do rio.
Sobre a posição horizontal há toda uma estória do médico francês Mauriceau que deu início a essa novidade porque as damas da corte em geral muito obesas não conseguiam ficar agachadas. A posição criou adeptos porque também facilita o trabalho da pessoa que assiste o parto. Essa posição também facilita o manuseio muitas vêzes excessivo dos orgãos genitais. Sabe se observando a prática, que esse manuseio além de causar dor, também altera as contrações uterinas, quer desrregulando, quer provocando uma parada das mesmas. São famosos os toques vaginais frequentes e sucessivos, como a imaginar que o toque vaginal é que provoca a dilatação do colo uterino e não todos os demais fatores, como contração uterina, relaxamento materno, e tantos outros fatores psicológicos, fisiológicos e sócio-culturais que influem no trabalho de parto.

No parto horizontal, o feto comprime os grossos vasos retroperitoniais como a veia cava inferior e a aorta, dificultando a circulação de retorno. Nessa mesma posição, a parturiente, nos momentos de dor, contrai a musculatura, das cochas, do abdomem e do perineo, levada pelo medo e pela posição que facilita ficar nesse estado de contração. Quando fica em posição vertical, com as pernas abertas, e flexionadas, é mais difícil manter a musculatura contraída. Na posição de cócoras, a mulher fica sentada com as pernas afastadas e o parceiro se encontra sentado atrás dela e ela se apóia sobre os joelhos dele. Psicologicamente todo apoio familiar transmite para a mãe muita segurança. A posição de cócoras aumenta a possibilidade de movimentação da bacia óssea. Deve-se ter cuidado de deixar o cóccix livre e de não apoiá-lo sobre a banqueta.

A pressão sobre o tórax diminui.

A força da gravidade torna-se uma poderosa auxiliar.

As vantagens psicológicas são tão importantes quanto as vantagens físicas enumeradas. Todos sabem que a atitude física em geral, mas principalmente a da parturiente, influi no estado mental. Dar a luz em posição deitada quase sempre transmite a mulher uma sensação dedesamparo e passividade em relação à equipe de saúde. A posição reta e vertical a recoloca no mesmo nível do profissional que a está assistindo. Participando ativamente, com as próprias forças, no nascimento do filho, a mãe vê aumentadas sua autoconfiança e autoestima.

Pressionar na posição de cócoras é uma força que qualquer mulher pode fazer. Muitas vezes, a mulher se surpreende pela facilidade e simplicidade dessa posição.

Consulta Bibliográfica
PACIORNIK, Moysés. Aprenda a nascer e a viver com os índios: parto de cócoras, desempenho sexual e ginástica indígena. Rio de Janeiro, Record: Rosa dos Tempos, 1997.



segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Benefícios da Acumpuntura


Acupuntura alivia dores do parto


Estudo feito com 120 parturientes revela que tratamento foi eficaz para atenuar sintomas da dilatação
POR: ANTONIO ROBERTO FAVA
fava@unicamp.br
A médica obstetra Roxana Knobel acompanhou, durante um ano e meio, o trabalho de parto de 120 pacientes atendidas no Caism da Unicamp. O seu propósito: comprovar cientificamente a eficácia da acupuntura para aliviar a dor por ocasião do nascimento do bebê. Ao longo de todo o tratamento, Roxana pôde verificar que a “acupuntura contribui de maneira extremamente eficaz para aliviar a dor durante o período de dilatação”.
Segundo a obstreta e especialista em acupuntura, o parto pode ser dividido em três fases. A primeira fase, do início das contrações uterinas até que o colo se dilate por completo – por isso chamada de período de dilatação. É uma fase que demora em torno de oito horas e as contrações são dolorosas para a maioria das mulheres. A segunda fase vai do momento da dilatação completa até a saída do bebê e dura aproximadamente trinta minutos. A terceira fase corresponde à expulsão da placenta.
Esse ensaio, com as 120 mulheres, com idade entre 16 e 40 anos, foi feito de maneira aleatória e as mulheres divididas em quatro grupos de tratamento: acupuntura sacral (agulhas nas costas com estímulo elétrico), com eletrodos de superfície (pequenos botões metálicos nas costas da paciente com estímulos elétricos), auriculopuntura (agulhas nas orelhas com estímulo elétrico) e o grupo de controle, com as participantes recebendo apenas tratamento simulado nas costas ou na orelha.
Roxana explica que o tratamento foi feito de forma que nem a parturiente, nem a equipe médica e de enfermagem, nem os pesquisadores responsáveis pelo preenchimento das fichas, sabiam a que grupo cada mulher pertencia. As parturientes que participaram das investigações de Roxana, receberam medicação para dor e analgesia peridural quando precisaram, independente de serem dos grupos de tratamento real ou dos grupos de controle, aquelas que receberam tratamento simulado.
Os resultados mostraram que houve maior alívio da dor nas mulheres que receberam tratamentos reais, com acupuntura, do que as que tiveram tratamento simulado. “As mulheres pertencentes aos grupos de tratamento com acupuntura sacral, auricular ou com eletrodos, revelaram ter obtido um alívio maior da dor em proporção às mulheres do grupo de controle, tanto durante o trabalho de parto quanto no dia seguinte ao parto”, explica Roxana. A médica ressalta ainda que as parturientes desses grupos também precisaram ser tratadas com medicamentos para a dor em proporção menor que o grupo de controle. “No entanto, não houve diferenças entre os gru- pos com relação ao uso da analgesia peridural”. O grau da dor era “medido” por meio de um processo de- nominado Escala Analógica Visual da Dor (EAV). Esses resultados fazem parte do trabalho de tese de Roxana, Técnicas de Acupuntura para alívio da dor no trabalho de parto – ensaio clínico,defendido recentemente sob orientação do professor José Carlos Gama da Silva. Embora os resultados do estudo tenham sido considerados bons, são neces- sários estudos mais completos, que envolvam maior número de pacientes, para comprovar a eficiência da técnica, diz a obstetra. No entanto, ela afirma que “é uma técnica segura, pois não houve nenhum efeito colateral nem para a mãe nem para o bebê nesse trabalho que acabo de concluir”, afirma a médica.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

10 Passos para uma Gestação Tranquila

10 Passos para uma Gestação Saúdavel

1. Organize e planeje seu pré-natal
Um bom pré-natal é essencial para a saúde do bebê, e escolher o obstetra ou ginecologista o quanto antes ajuda a construir um bom relacionamento até a hora do parto. Peça recomendações às suas amigas.
2. Alimente-se bem
Você não precisa comer mais porque está grávida, mas é importante ter uma alimentação equilibrada e saudável. Muitas mulheres param de comer certo tipo de alimento, mas é sempre possível arranjar um substituto que tenha valor nutricional parecido. O ideal é ter uma dieta que inclua verduras, legumes e frutas, carboidratos (de preferência integrais), proteína -- que pode vir do peixe, da carne, do frango, dos ovos, de castanhas ou sementes -- e também leite e laticínios em geral.
3. Tome cuidado com o que come
É melhor evitar certos alimentos na gravidez, porque eles podem representar risco para o bebê se estiverem contaminados. A listeriose, doença que provoca aborto espontâneo ou problemas graves no recém-nascido, pode ser transmitida por queijos como o brie, camembert, roquefort, gorgonzola e os queijos brancos tipo frescal ou "de Minas", estes últimos às vezes feitos com leite não-pasteurizado.

Devido ao risco de toxoplasmose, que embora seja pequeno existe, evite comer carne crua ou malpassada. Lave bem verduras, legumes e frutas para tirar todo resquício de terra ou sujeira.

Infecções alimentares por salmonela (salmonelose) são transmitidas por alimentos de origem animal, como carnes, peixes, ovos e leite, portanto segure a vontade de lamber a colher de massa de bolo crua.
4. Tome suplemento de ácido fólico
O único suplemento que é considerado vital na gravidez é o ácido fólico, que ajuda a prevenir problemas congênitos no bebê ligados ao fechamento do tubo neural, como a espinha bífida, ou mielomeningocele. Trata-se de uma condição grave que acontece quando o tubo que abriga o sistema nervoso central, na coluna, não se fecha totalmente, o que pode causar deficiências. Todas as mulheres que estejam pensando em engravidar devem tomar um suplemento diário de 400 mcg de ácido fólico, desde antes da concepção até o fim do primeiro trimestre da gravidez. No Brasil, as farinhas de trigo já são fortificadas com ácido fólico para atingir toda a população, mas isso não elimina a necessidade do suplemento. O folato também está naturalmente presente em alimentos como as verduras (espinafre, brócolis e repolho, por exemplo), o suco de laranja, a beterraba e o feijão.

Outros nutrientes importantes para sua saúde e para a do bebê são o ferro e o cálcio, que podem ser supridos normalmente pela alimentação. No entanto, muitos médicos receitam suplementos vitamínicos especiais para grávidas, que contêm reforços desses nutrientes.

A gordura natural dos peixes, como o ômega 3, também tem um efeito benéfico no peso do bebê e no desenvolvimento do cérebro e dos nervos no final da gravidez. Os peixes que mais contêm esse tipo de ácido graxo são o salmão, a sardinha, a truta, a cavalinha e o arenque.
5. Faça atividade física regularmente
Um bom programa de exercícios vai lhe dar a força e a resistência necessárias para carregar o peso extra da gravidez e para aguentar o estresse físico do parto. Também contribui para que você entre em forma mais rápido depois que o bebê nascer. Além disso, a atividade física ajuda a melhorar o humor, com a liberação da serotonina -- o que reduz o risco de você sucumbir a uma certa tristeza comum nessa fase.
Se você já está acostumada a se exercitar, o mais provável é que possa continuar com a mesma atividade, desde que esteja se sentindo confortável. Mas não faça esportes em que corra o risco de cair ou levar impactos. Os mais benéficos são atividades mais amenas, como caminhadas, natação, hidroginástica e ioga.
6. Comece a exercitar os músculos da região da vagina
Pode ser que você nunca tenha ouvido falar disso, mas esse tipo de exercício devia ser feito por todas as mulheres desde a adolescência. Além de combater o problema da incontinência urinária, ele contribui para aumentar o prazer sexual -- por isso é usado nas técnicas de pompoarismo.

A vantagem é que você pode fazê-lo a qualquer hora, em qualquer lugar, sem ninguém perceber. Os músculos do assoalho pélvico formam uma rede na base da sua pelve e sustentam a bexiga, a vagina e o reto. Durante a gravidez, eles sofrem a pressão do peso do útero, e também ficam mais relaxados por causa das mudanças hormonais. A prática diária dos exercícios ajuda a fortalecê-los.

Várias vezes por dia -- por exemplo, enquanto lava as mãos, escova os dentes ou prepara o café --, faça dez contrações lentas e dez rápidas dos músculos do assoalho pélvico. Um bom jeito de sentir como fazer essas contrações é imaginar que está fazendo xixi e interromper o fluxo imaginário de urina.
7. Não tome remédios sem falar com o médico
Não tome nenhum tipo de remédio sem antes perguntar para o médico se pode. Se você costuma usar algum medicamento, pergunte na primeira consulta do pré-natal se vai poder continuar tomando. Antes da consulta, tente lembrar os problemas que você costuma ter com frequência e os remédios que toma (como para alergia, cólicas, dor de cabeça, problemas de pele etc.). Faça uma lista e verifique com o médico o que vai poder tomar se precisar. Mas o ideal mesmo é evitar ao máximo tomar remédios.
8. Reduza seu consumo de cafeína
O café, o chá e os refrigerantes à base de cola e guaraná são estimulantes. Algumas pesquisas indicam que o excesso de cafeína pode contribuir para o risco de o bebê nascer abaixo do peso. A quantidade máxima aceitável é de quatro cafezinhos por dia (ou seis xícaras de chá), mas o melhor mesmo é reduzir o consumo.
9. Pare de fumar e de beber
Mulheres que fumam têm risco maior de aborto espontâneo, de parto prematuro e de ter um natimorto. Estudos mostram que grávidas que fumam um maço ou mais por dia têm mais probabilidade de ter um bebê com lábio leporino ou fenda palatina. O ideal é parar de fumar antes mesmo de engravidar, mas qualquer redução no número de cigarros que você fuma por dia já facilita um pouco a vida do seu bebê.

Não consuma bebidas alcoólicas regularmente. O álcool chega rapidamente ao bebê pela placenta, e a grande ingestão de álcool durante a gravidez está ligada a doenças da síndrome alcoólica fetal, que inclui desde dificuldades de aprendizagem até problemas congênitos graves. Beber muito, mas de uma vez só, numa saída à noite, por exemplo, também é prejudicial. O mais garantido é seguir a orientação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde e não beber durante a gravidez. Alguns médicos brasileiros, no entanto, adotam uma postura mais flexível, permitindo que suas pacientes tomem, em ocasiões especiais, uma taça de vinho ou um copo de cerveja.
10. Descanse
O cansaço e o sono que você sente no primeiro e no terceiro trimestre da gravidez não são nada mais que seu corpo pedindo para você ir com calma. No melhor dos mundos, uma soneca todo dia depois do almoço seria perfeita. Se não dá, tente dar uma relaxadinha de meia hora, pôr os pés para cima, do jeito que conseguir. Técnicas de relaxamento como ioga, alongamentos e massagem ajudam a reduzir o estresse e colaboram para você dormir bem.
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O que você não sabe sobre o colo do útero pode dificultar o seu parto.

O que é? Onde fica?

A maioria das mulheres não faz ideia do que é o colo do útero (cérvix), onde está localizado, sua função ou mesmo a sua aparência.

O colo do útero está aqui:




Visto debaixo é parecido com uma glande:


A primeira vez que ouvi sobre anatomia reprodutiva básica estava grávida de meu primeiro filho, e a única coisa que realmente aprendi sobre o colo do útero é que fica na parte inferior de meu útero (eu o imaginava como a abertura de um balão e meu útero era o balão que se expandiria), e que ele devia se dilatar de 0 a 10 centímetros no parto. Também devia tornar-se mais fino (apagar) e passar de uma consistência parecida com a ponta de meu nariz à da camada de pele que há entre os dedos indicador e polegar, como se estivesse se derretendo. E que durante o parto era necessário que o colo do útero fosse examinado regularmente para ver se a dilatação progredia.

Mas isso foi tudo. Foi após minha formação como educadora pré-natal e doula que descobri mais coisas sobre o cérvix. Coisas que mudaram para sempre meu foco no acompanhamento de mulheres durante o parto.

Mito sobre o cérvix número 1 : 10 é o número mágico.

Não, não é. Sabia que o colo do útero pode dilatar mais do que 10 centímetros? O que? Todas têm que dilatar tanto? Parece assustador! É assustador, não é mesmo?

Na verdade, não. Pelo menos não é mais assustador do que dilatar até 10. Dilatei bem mais do que 10 centímetros em meu último parto, e a cabeça de meu bebê mediu 14,75 cm. Isto é, dilatei até quase 15 cm. E sobrevivi. Não doeu mais do que em meus outros partos nos quais dilatei só 10 cm. De modo que, só porque você dilatou 10 cm não significa necessariamente que esteja preparada para empurrar. Se você não sentir o impulso de empurrar aos 10 cm e alguém lhe ordenar que o faça, você forçará o colo do útero a se abrir “na contramão da sua vontade” e elepoderá ficar machucado. Se você teve uma epidural prévia e não sentir este impulso, o risco de danos é ainda maior.

Mito sobre o cérvix número 2. O colo do útero dilata em uma forma perfeita de círculo.

O colo uterino não dilata como um círculo como é desenhado nas imagens que ensinam sobre a dilatação. Em realidade ele abre-se como a elipse desenhada abaixo.




Source: MidwifeThinking.com

Abre-se de trás para frente como uma elipse. A abertura encontra-se situada na parte de trás da vagina e durante o início da dilatação abre-se para frente. Em algum ponto do processo quase todas as mulheres têm uma borda anterior (que significa que a parte superior do cérvix não está totalmente dilatada) porque é a última parte que sobe sobre a cabeça do bebê. Detectar ou não essa borda depende do momento em que se realiza o toque vaginal. Perceber uma borda posterior é muito estranho porque essa parte do cérvix desaparece antes, ou porque é difícil atingí-la com os dedos.

Mito sobre o cérvix número 3. Os toques vaginais não machucam o colo do útero nem dificultam a dilatação.

A parteira Carla Hartley em Ancient Art Midwifery o explica assim:

“O cérvix não deveria ser tocado, produz-se uma resposta inflamatória ao material estranho (as luvas) e à pressão, e uma resposta hormonal. Ao corpo pode ficar confuso ao, enquanto tenta esvaziar o útero, se faça uma interferência desde o colo do útero ao ser tocado e manipulado de uma maneira estranha para ele. Os TOQUES VAGINAIS NÃO SÃO FISIOLÓGICOS E SUPÕEM UMA INTERRUPÇÃO DO PROCESSO NATURAL DO PARTO."

E sobre empurrar… NÃO O FAÇA… o seu corpo sabe como expulsar um bebê sem a sua ajuda, é um reflexo. Nem sequer espere sentir vontade, só espere uma sensação do seu corpo tomando o controle absolutamente, expulsando o bebê como está DESENHADO para fazer.

Falou-se muito sobre o abuso verbal e digital no parto, e os toques vaginais são um exemplo de abuso digital.

As parteiras (e os obstetras e enfermeiras) que pensam que os toques vaginais são bons ou necessários não têm a formação suficiente ou não estão atualizados com os conhecimentos científicos que provam que o parto é mais seguro se não são realizadas essas intervenções. A maneira mais segura de atuar de uma parteira é com as mãos fora e a boca fechada.

Mito sobre o cérvix número 4. Seu colo uterino é diferente e está isolado de outras partes do corpo.

Ina May Gaskin, a mãe do partejo moderno tem acunhado um termo chamado “a lei do esfíncter”. Esta lei declara:

Os esfíncteres (incluindo o anal, cervical e vaginal) são os responsáveis por trazer a seu bebê ao mundo. Se os esfíncteres estão apertados, o parto não progredirá e você sentirá mais dor.

O que é exatamente a lei do esfíncter de Ina May?

1. O esfíncter anal, o cervical (o colo do útero) e o vaginal funcionam melhor em uma atmosfera de intimidade e privacidade. Por exemplo, um banheiro com fechadura ou um quarto onde as interrupções são improváveis ou impossíveis.

2. Estes esfíncteres não podem ser abertos à força nem respondem bem às ordens de empurrar e relaxar.

3. Quando o esfíncter está em processo de abertura, pode ser fechado repentinamente se a pessoa se altera, assusta, é humilhada ou consciente de si mesma. Por que? Os níveis altos de adrenalina na corrente sanguínea não favorecem (e muitas vezes impedem) a abertura de esfíncteres. Estes fatores inibidores são uma razão importante pela qual as mulheres nas sociedades tradicionais normalmente escolhem outras mulheres, exceto em circunstâncias extraordinárias, para acompanhá-las e auxiliá-las durante a dilatação e o parto.

4. O estado de relaxamento da boca e a mandíbula está diretamente relacionado à habilidade do cérvix, da vagina e do ânus para se abrirem completamente.

Insisto, e em outras palavras:

Boca aberta = Cérvix aberto


Garganta aberta = Vagina aberta

É quase impossível parir com eficácia com os lábios apertados e a garganta fechada. Pode tentar fazê-lo agora mesmo… quando relaxa a mandíbula, abre a boca e a garganta, as nádegas se relaxam automaticamente e você se afunda na cadeira. Ina May fala dos benefícios dos beijos, e de manter a boca e os lábios soltos e abertos. Beijar também provoca a secreção de ocitocina e outros hormônios do amor que elevam a tolerância à dor e aceleram o parto.

Aqui há um vídeo de Ina May Gaskin falando da lei do esfíncter (em inglês):



Um vídeo onde pode ser visto um colo de útero saudável:



Para aprender mais sobre o colo do útero e como relaxá-lo, recomendo que visitem o blog estudios sobre el útero. (em espanhol)

*Fonte: bebeagogo.wordpress.com
Postado por Renata Olah

Depoimento do parto da Pameli

Mais um dia feliz de minha vida
Exatamente há uma semana atrás eu me levantava para o meu último dia de trabalho antes da licença. Agora, era acordada por uma enorme vontade de fazer xixi. Fui ao banheiro e na 38ª semana de gestação, não armazenamos quase nada na bexiga, urinei mas parecia que algo mais precisava sair. Na sequencia uma dor forte logo abaixo das costas, durou um tempinho e passou, olhei e eram 6h20, um baita sono, voltei pra cama. Dormi rápido, mas depois de 20 minutos acordei novamente e a mesma vontade de urinar, levantei e fiz todo o procedimento e percebi que ao final da dor abaixo das costa, minha barriga já estava ficando dura. ‘Será que vai ser hoje’, pensei. Voltei a deitar-me. Mais vinte minutos e a mesma sequencia de fatos aí não dormi mais, mas não chamei ninguém, afinal de contas era uma dor suportável e eu estava bem. Eu estava na casa da minha mãe e por volta das 9 horas resolvi ligar para a doula pra ela dar um pulinho lá e checar se realmente este era o grande dia! Depois de duas tentativas consegui falar com a Rose, a doula, e ela surpreendeu-se de que já fosse o dia. A data prevista era 26 de dezembro e estávamos no dia 15. Ela chegaria em breve, estávamos há poucas quadras distância. Então falei com meu pai que a doula estava a caminho, pois estava com contrações. Ele ficou hiper preocupado quando ouviu ‘contrações’ e eu o confortei dizendo ‘Calma, que estou sentindo desde as 6h20 e está tudo bem’. Então ele perguntou-me o que era doula, só minha mãe, além do meu marido é que sabiam que eu seria acompanhada por uma, expliquei a ele e recebi a ajuda necessária para preparar o quarto para a chegada dela.
A Rose chegou rapidamente, toda sorridente e com a sua sacola cheia de instrumentos. Abri a porta e ela perguntou-me se eu já havia comunicado a todos, respondi que estava aguardando por ela para verificar se aquele realmente era o dia, pois não queria dar alarme falso. Ela ficou contente por eu estar calma. A Rose, além de doula é enfermeira obstetra e logo fez um exame de toque em mim e constatou que eu estava com dois dedos de dilatação e que realmente aquele era o dia da chegada do meu bebê, a hora, não podíamos prever. Eu e meu marido optamos por não saber o sexo. Depois de sete anos de casados, queríamos primeiro curtir a gestação. Desde o início sabíamos que ou o Heitor ou a Pâmeli chegariam. Diante da certeza do dia, resolvi ligar para o meu marido que estava trabalhando do outro lado de São Paulo. Ele surpreendeu-se com a notícia e combinamos que ele sairia do serviço no horário do almoço.
Iniciaríamos as atividades do trabalho de parto, mas eu ainda não tinha tomado café da manhã, pois não tinha fome. A Rose insistiu e eu peguei um pequeno pedaço de panetone e dois goles de suco. Primeiro, fizemos um relaxamento com luz baixa e música tranquilizante, que durou aproximadamente uma hora, depois fomos para a bola, alternando com outras posições em que eu abaixava, a Rose havia constatado que meu bebê ainda estava alto. Ela elogiou-me durante os exercícios, mas isto foi reflexo da preparação que tive ao longo de cinco meses com relaxamentos e hidroginástica em um grupo específico para gestantes na cidade de São Paulo, onde residia até uma semana antes do parto. As contrações continuavam e ela monitorava a duração e auscultava o bebê. Por volta das onze horas, ela sugeriu que eu ficasse na bola em baixo do chuveiro, aceitei e lá fomos nós. Quando resolvemos que era tempo
suficiente, senti vontade de evacuar. Todo o meu corpo naturalmente estava sendo preparado para o momento do parto, pouca fome, pensar em comida fazia sentir-me enjoada e agora meu intestino ficaria limpo. Depois do vaso, um bom banho e saí do banheiro. Voltei para o quarto e a Rose teve a ideia de que eu agachasse um pouquinho. Falei pra ela que estava desconfortável, mas ela insistia. Agachamos juntas, ela segurando as minhas mãos e senti que alguma coisa tinha saído, falei a ela e depois de ter olhado ela me disse: ‘Sua bolsa estourou. Agora vai iniciar o trabalho de parto franco’. Havia saído um pouco de líquido e um pequeno pedaço do tampão, uma gosma com poucos pontos avermelhados, mas não senti qualquer odor. Eram 12 horas.
As contrações começaram a ficar mais fortes e aquela dor debaixo das costas também, eu respirava fundo e me concentrava, pensando que já ia passar. Então a Rose vinha com um óleo e massageava as minhas costas, o que aliviava a dor. Pouco tempo depois um novo exame de toque e seis dedos de dilatação! A evolução estava muito boa, avisava a doula. Esta informação e segurança vinda de alguém experiente, tranquilizava-me. Resolvemos ligar para minha médica, depois de algumas tentativas falamos com ela e nos dirigimos ao hospital, sem antes tomar uma colher de mel e preparar uma bolsa de água quente, para aliviar a dor durante o percurso. Meu irmão, muito tranquilo, conduziu o carro. Que maravilha, só pessoas calmas próximas a mim neste momento. Trânsito fluindo bem, fomos pela orla da praia, um dia lindíssimo e ensolarado, passava das 13 horas.
Chegamos e fui para a sala de repouso continuar com os exercícios, pois as contrações estavam menos espaçadas e cada vez mais fortes, a dor nas costas então, nem se fala, quando vinham eu avisava a Rose com voz chorosa que mais uma contração tinha iniciado. Ela vinha com aquele oleozinho e a abençoada mão fazer a massagem. Ah... como aliviava e me fazia enfrentar bem aquele momento, sem sofrer, apenas passando pelo necessário, mas sem padecer. Tive de passar pela médica plantonista, pois não tinha uma guia de internação. Ela constatou que eu estava com seis dedos de dilatação. No percurso até o hospital não houve qualquer progresso. Precisávamos fazer mais exercícios.
Após a minha liberação subimos para o centro obstétrico e acompanhada da doula continuamos os exercícios lá dentro. Eu rebolava, sentava na bola, durante as contrações parava, respirava fundo e a Rose fazia massagem. Pouco tempo depois minha médica chegou e pediu para deitar na cama, quando passasse aquela contração. Deitei, ela fez exame de toque e pediu que eu fizesse uma forcinha e depois de duas forcinhas constatou, nove dedos de dilatação! Faltava muito pouco. Ela perguntou se realmente eu não ia querer anestesia, pois o anestesista estava prestes a sair do centro obstétrico. Afirmei que não. Estava tudo seguindo como eu imaginara. Continuamos nos exercitando. Pouco tempo depois minha médica chama para uma nova olhada, aí eu já sentia que meu bebê estava coroando, deitei na cama e ela exclama: ‘Que bebê cabeludo! Levanta e vamos para a sala de parto, que na próxima contração nasce’.
Há cinco passos dali estava a sala de parto, deitei e na segunda contração senti passando a cabecinha e depois o corpinho e a médica afirmando que acabara de chegar a Pâmeli! Rapidamente ela foi colocada sobre a minha barriga, olhei primeiro para a região dos genitais, para me certificar e depois para o rostinho. O mistério havia acabado às 15h15 e
estava sobre mim a pessoinha para quem eu cantara os últimos nove meses e passei a nutrir um amor imenso! Ela chorava, comecei a conversar com ela, e por procedimento do hospital logo teve de ser levada. Chegou com 49 cm, 3.470kg e recebeu notas Apgar 9/10. A placenta saiu logo e na sequencia a médica terminou os procedimentos, pois tive uma pequena laceração sendo necessários seis pontos. Enquanto isso eu chorava agradecida a Deus, por ter conseguido, por tudo ter fluido bem e rápido. A doula continuava comigo acariciando a minha cabeça.
Meu marido ficou preso no transito de São Paulo e infelizmente não chegou a tempo de vê-la nascer. Quando ele chegou no hospital eu já estava no quarto. Espero que no dia do nascimento do próximo bebê ele nem vá trabalhar!
Considero esta uma experiência maravilhosa, que só foi possível em decorrência de alguns fatores: 1º Eu sabia o que queria – desde antes de engravidar eu queria um parto normal, 2º Preparação – fiz atividade física preparando o meu corpo e li bastante além de conversar com pessoas que já passaram pela experiência, preparando a minha mente. Temos medo do desconhecido e se você conhece as etapas não é surpreendida pelo totalmente novo; 3º cercar-se de bons profissionais – pessoas preparadas e que respeitem a sua opinião. Afinal de contas este é o meu parto e eu sou a protagonista desta história!

Relato de parto da Ana Branco

Relatos de Parto – Parte III (junho 2012) por Ana Branco e Jaqueline Nascimento
        Desde muito cedo sempre tive o sonho de ter parto normal, não sei porquê nem como, mas nunca fui a favor da cesárea, e desde que lembro sempre achei lindo mulheres que pariam de cócoras.
Daí que engravidei do meu primeiro filho, super planejado e esperado. Trabalhei que nem uma condenada durante toda a gravidez e sabia que precisava me exercitar pois estava engordando muito e como eu já havia feito Yoga antes, achei legal a ideia de praticar também na gestação, e foi assim que encontrei a queridíssima Adriana Vieira, quem me orientou a respeito dos exercícios e dos benefícios do Yoga, porém como eu trabalhava em São Paulo era constante a perda das aulas por não conseguir chegar a tempo. No final do sétimo mês eu acabei parando com os exercícios devido ao grande cansaço provocado pelo excesso de trabalho. Quando fiz meu último ultrassom a médica disse que as medidas do Bernardo eram grandes demais para um parto normal e que deveria ser cesárea, fiquei assustada e fui direto pro consultório da minha obstetra, que confirmou que seria muito complicado mesmo tentar o parto normal devido as medidas do bebê. Nesse instante me veio uma frustração imensa, mas me convenci de que era a melhor saída quando a médica disse que seria muito sofrido pra mim e para o bebê um parto normal e então partimos para a cesárea eletiva e foi assim que nasceu meu pequeno Bernardo, hoje com 2 anos e 2 meses (maio 2012).
Na segunda gestação também planejada e esperada decidi que eu faria a minha parte para ter um parto normal e realizar meu grande sonho. Levei a sério as aulas de Yoga Pré Natal, me informei a respeito de partos normais e tudo o que devia saber para chegar ao meu objetivo. No final da gestação procurei uma Doula, a querida Rosemary Pereira, que me preparou para o grande e esperado momento, que chegou no dia 10 de março as 2h da manhã com cólicas e contrações, aguentei até as 4h antes de acordar meu marido, para ter certeza de que estava mesmo iniciando meu Trabalho de Parto. As 5h estava com contrações de 10 em 10 minutos então liguei para a Rose que chegou em casa as 6h. Enquanto a aguardava eu tomei um banho relaxante fazendo alguns exercícios na bola suíça. Ao chegar, Rose me examinou e disse que meu bebê só nasceria a noite e indicou que eu tomasse um Buscopan para que as cólicas diminuíssem e eu pudesse dar um passeio com a família para relaxar pro grande momento. Avisamos a Dra. Izilda que concordou com o diagnóstico. Então fui para a praia caminhar na água para ajudar no TP. As dores voltaram por volta das 13h quando liguei novamente para a Rose que em meia hora já estava em casa. E então iniciamos uma série de exercícios e massagens para que tudo corresse bem. As 18h eu estava com contrações de 10 em 10 minutos, ligamos para a Dra. pois eu queria ir para o Hospital onde eu achava que estaria mais segura para qualquer ocorrido fora do programa. Cheguei ao hospital por volta das 19h. Lá continuei com os exercícios de agachamento, dança, pulo na bola, caminhadas pelo corredor com o maridão, que foi muito companheiro o tempo todo. A dilatação demorou a começar e eu fazendo muuuitos exercícios para ajudar. Porém quando foi por volta das 23h a Dra me examinou e tinha somente um dedo de dilatação!!! Um dedo???!!! Depois de tantas horas??? Eu estava exausta de tanto exercício, parecia que eu estava participando do Iron Man. Foi quando tive meu momento covardia. Chamei o maridão e disse que eu desistia, que chamasse a Dra. Que eu queria partir para a cesárea. Minha cabeça estava tããão confusa nesse momento que só pensava na cesárea. A Dra veio e me disse: Mas agora que está chegando perto? Vamos continuar tentando? Eu disse que estava muito cansada e que não aguentava mais sentir dor, foi então que ela me ofereceu, além de muito carinho e beijinhos uma analgesia. Perguntei: - A sra acha que ainda tenho chances? Ela respondeu: - Claro! Fui para o Centro Cirúrgico e tomei uma pequena dose da Peridural. Fui examinada novamente e a Dra. estourou minha bolsa. Dormi um pouco na sala de pré parto e quando acordei me senti em outra dimensão, o que chamam de Partolândia, onde eu parecia já não ouvir direito as informações externas, tamanha a concentração no ato de parir. Quando me dei conta estava fazendo força, sentada em uma cadeira apropriada para parto de cócoras. As dores estavam muito fortes, mas minha atenção maior estava em expulsar meu bebê. Meu marido foi sensacional ficando ao meu lado, segurando minha mão, me emprestando sua energia. A Rose ficou sentada atrás de mim, me apoiando a cada intervalo das contrações, me ajudando com a respiração adequada. Adriana Vieira registrando tudo com sua câmera e me apoiando com palavras de incentivo. E minha querida Dra com todo seu carinho, garra e dedicação, me instruindo para a expulsão. Rose levou um espelho para me mostrar a cabecinha do bebê, quando eu vi e pude sentir tocando a cabecinha do Pedro me veio uma força de não sei onde e eu coloquei toda a minha energia naquele finalzinho, forçando muito para que meu Pedro pudesse nascer, num lindo parto de cócoras. E quando me dei conta Pedro escorregou, amparado pelas minhas mãos. Foi um momento tão mágico que eu nem consigo descrever com palavras, pois é um momento único, maravilhoso que não sei explicar. Meu lindinho nasceu as 2h22 de 11 de março de 2012 com 3600kg e 50 cm. Assim que nasceu já o coloquei no peito, mas ele, gulosinho que só, já tinha tomado tanto líquido aminiótico que estava satisfeito. A coisa é tão mágica que somente no dia seguinte é que me dei conta que realizei meu grande sonho de parir de cócoras!!! Ana Branco Abreu, mãe de Bernardo (2 anos) e Pedro (2 meses)


Ana Branco- gravidez Bernardo (2010)
NamaskarYoga-IAna Branco- gravidez Bernardo (2010)

Ana Branco- gravidez Pedro (fevereiro-2012)
NamaskarYoga-Ana Branco- gravidez Pedro (fevereiro-2012)

Ana Branco- com Pedro (maio 2012)
NamaskarYoga-Ana Branco- com Pedro (maio 2012)
NamaskarYoga-IAna Branco- com Pedro (maio 2012)


Relato de parto da Alê


Alexandra Dardaque e Luiz Gustavo - Parto natural após cesariana


Alexandra Dardaque e Luiz Gustavo - Parto natural após cesariana
 
Pronto, aqui estou eu NOVAMENTE para fazer mais um relato de parto....meu terceiro parto, da Mileninha.
Achamos que não teríamos mais filhos, mas Deus não faz nada por acaso e nossa terceirinha estava na fila apenas aguardando a hora de chegar. E eis que ela bate a nossa porta apenas três meses após eu ter realizado uma cirurgia bariátrica: juro que achei que ia morrer quando soube que estava grávida, pois pelas orientações do meu cirurgião eu deveria aguardar pelo menos um ano e meio para engravidar.. mas achei que isso não me “pegaria mais”. Risos..tolo engano.Ela estava lá: firme e forte com o coraçãozinho batendo a mil por hora. Confesso que pensei tanta besteira mas tinha que ser forte pra aguentar a gestação até o final. Sabia que seria um controle bem rigoroso pois eu estava em pleno processo de emagrecimento forte!
Mas tudo correu super bem, Graças a Deus, e logo depois que a ficha caiu comecei a me preparar para o tão sonhado momento: o parto. É, eu já passei por uma cesárea e um parto normal...mas esse eu queria que fosse diferente, queria que fosse o mais natural possível dentro da minha condição clínica. Conheci a Rose Pereira (doula) em um curso no Espaço Acalanto e decidi que seria ela a pessoa que me ajudaria no parto. Que encanto de mulher...me trouxe tanta informação: livros, cds, dvds, palavras de incentivo, de ajuda...Gustavo (maridão) adorou a Rose e curtiu também todos nossos encontros. Ele é um Paizão com letra maiúscula e se fez presente em todo momento... afinal esse momento também seria dele, não é?
Entre uma consulta e outra com minha obstetra (leia-se ANJO) comecei a falar sobre parto na água, pois estávamos apenas cogitando a ideia de um parto de cócoras. E a Dra Izilda começou a curtir a ideia também!
Quando estava com quase 29 semanas prestes a ir viajar para BH em um casamento, senti contrações anormais. E quando passei  em consulta com a Dra Izilda ela me colocou em repouso absoluto: Mileninha queria sair antes da hora. Estava com 1 dedo de dilatação e colo bem molinho. Se eu tivesse viajado naquele final de semana ela teria nascido em BH...imagina o corre corre que seria ela nascendo prematura em outro estado. Afff…nem quero imaginar. Fiz o repouso direitinho e consegui segurar a bichinha até 39 semanas. 
Já estava com contrações a todo momento, mas naquela quarta-feira, 30-05, acordei  sentindo que não deveria ir trabalhar e a Rose me disse pra fazer exercícios... Então assim o fiz: peguei  a Helena (minha filha de 5 anos) e fui a praia com ela:  andamos de um canal ao outro, montamos castelinho,  desenhamos na areia o nome da irmã que estava pra chegar, brincamos bastante. As 13hs levei  ela pra escola e resolvi que deveria andar mais, então fui bater perna no Extra. HAHAHAHA isso mesmo, fui para o supermercado abastecer minha geladeira e minha dispensa. Gustavo não acreditou quando disse que estava fazendo compras heheheheh.
Voltei pra casa e conversando com a Dra Izilda ela disse que se eu conseguisse fazer um ultrassom de ultima hora seria legal pra sabermos como estava Mileninha, e lá fui eu pro Vila Rica em um encaixe fazer meu ultrassom. Cheguei lá as 17 hs e fui atendida por volta das 18 hs e quando entrei na sala já avisei ao dr que estava com contrações irregulars, e na mesa de exame ele já me disse que eu não dormiria aquela noite em casa, pois as contrações estavam bem perto uma das outras.
Gustavo estava com as meninas lá embaixo me esperando e quando entrei no carro disse a ele que seria aquela noite e que eu precisava comer algo, então fomos para o MC Donalds hahahahaha. Fizemos um lanche e fomos pra casa.
Chegando em casa liguei pra Rose e disse como estava e ela logo chegou. Ela me disse que deveria me exercitar então fomos andar na orla da praia. Muito gostoso. Conforme conversávamos, vinham as contrações eu parava e começava a rebolar no meio do jardim da praia hahahahaha. Eu, Gustavo e Rose! Descemos e subimos as escadarias do prédio. E mto exercício na bola. Quando foi por volta das 10h30 a Rose fez um toque e eu estava de 4 pra 5 cm bem trabalhados...e como eu iria ter a Milena na piscina deveríamos ir para o hospital naquele momento. Avisamos a Dra Izilda e a Adriana Vieira e começamos a arrumar tudo. Eu estava super tranquila e mto alegre.. ia pelo caminho sorrindo e gritando que era agora…que a Milena estava chegandooo... uhhuulll.
NamaskarYoga - Chegando em casa liguei pra Rose e disse como estava e ela logo chegou. Ela me disse que deveria me exercitar então fomos andar na orla da praia. Muito gostoso. Conforme conversávamos, vinham as contrações eu parava e começava a rebolar no meio do jardim da praia hahahahaha. Eu, Gustavo e Rose! Descemos e subimos as escadarias do prédio. E mto exercício na bola. Quando foi por volta das 10h30 a Rose fez um toque e eu estava de 4 pra 5 cm bem trabalhados...e como eu iria ter a Milena na piscina deveríamos ir para o hospital naquele momento. Avisamos a Dra Izilda e a Adriana Vieira e começamos a arrumar tudo. Eu estava super tranquila e mto alegre.. ia pelo caminho sorrindo e gritando que era agora…que a Milena estava chegandooo... uhhuulll.
Chegamos no hospital por volta da meia noite e meia e começamos a encher a piscina no quarto. E enquanto a piscina enchia eu curtia as contrações dentro da água... ao som do cd que eu mesma preparei com algumas músicas que eu queria que fizesse parte daquele momento.
Adriana Vieira levou brigadeiro para me dar energia e amendoim salgado pra pressão não baixar…outro anjinho que me ajudou desde a época da Lorena, amiga que carregarei pra sempre em meu coração.
NamaskarYoga -Adriana Vieira levou brigadeiro para me dar energia e amendoim salgado pra pressão não baixar…outro anjinho que me ajudou desde a época da Lorena, amiga que carregarei pra sempre em meu coração.
Apagamos as luzes brancas do quarto e deixamos apenas uma lâmpada amarela iluminando. E eu não conseguia entrar e ficar na partolandia hahahahaha, eu ria e falava mto de tudo! Eu estava exatamente como sou: ALEGRE E SORRIDENTE.
E eu só pensando que meu momento tinha chegado, minha hora era aquela e eu estava no comando.
Sem ocitocina, sem soro, sem agulhas nem remédios...somente eu e Milena trabalhando em conjunto. A Rose me fazia massagens e reiki o que me acalmava bastante, até pose pra fotos eu fazia hahahahahaha e a Adriana e o Gustavo iam tirando as fotinhos, filmando…E assim foi até três e pouco da manhãquando senti que as dores e contrações vinham muito fortes e ela estava pertinho de mim e eu estava extremamente calma e feliz. Fiz força quando tive vontade e quando senti a cabeça coroando, pude colocar a mão nela e sim, sentir minha filha nascendo na minha mão (pausa para as lágrimas).
Acho que não existe sensação melhor... ou se existe eu ainda não passei por ela. Não sei descrever aquele momento, na hora parece que todos sumiram de lá... eu não sabia quem estava naquele quarto, eu só sabia que tinha que fazer força! E quando ela coroou pude passar a minha mão em sua cabecinha.. era o que eu queria.. sentir ela chegando ao mundo nas minhas mãos... Levantei minha cabeça e olhei pra Dra Izilda e perguntei se eu poderia me virar…e ela disse que sim... foi quando eu me virei, sentei... e o Gustavo pôde realizar o sonho dele: ele amparou nossa filha! Sim, o Gu que pegou a Milena assim que ela nasceu, ela nasceu pra ele, lindo não? (Mais lágrimas) rsssss
E assim foi meu terceiro parto:  sem intervenção alguma, sem episio, sem remédios, sem agulhas... apenas muita força de vontade de uma mãe, muito carinho de um pai e muita ajuda de pessoas que levaremos em nossos corações eternamente.
Milena nasceu dia 31.05.12 as 03:24 da madrugada, dentro de uma piscina inflável, pesando 2.665kg e medindo 48cm. Linda, perfeita e saudável.  E Feliz, muitooooo FELIZ
NamaskarYoga - Milena nasceu dia 31.05.12 as 03:24 da madrugada, dentro de uma piscina inflável, pesando 2.665kg e medindo 48cm. Linda, perfeita e saudável.  E Feliz, muitooooo FELIZ NamaskarYoga -Milena nasceu dia 31.05.12 as 03:24 da madrugada, dentro de uma piscina inflável, pesando 2.665kg e medindo 48cm. Linda, perfeita e saudável.  E Feliz, muitooooo FELIZ
Fotos: Adriana Vieira

Humanizar o parto é adequálo a cada mãe


Seja normal, cesárea, domiciliar, de cócoras, na água ou a fórceps, o parto pode ser humanizado quando respeita a vontade ou necessidade das gestantes. A técnica não pode tornar-se mais importante do que as pessoas envolvidas, é o que defendem as entidades que formam a rede de apoio pela retomada da decisão das futuras mães e pais.
Com o passar dos anos e a invasão dos partos cesariana nos hospitais, a decisão quanto ao tipo de parto ficou nas mãos dos obstetras e não das gestantes, que temem as dores do processo natural de nascimento, por desinformação ou pelo mito da dificuldade criada nas últimas décadas.
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O parto tornou-se assunto exclusivamente médico, especialmente no Brasil onde as taxas de cesárea estão entre as mais altas no mundo, chegando a mais de 80% em alguns hospitais. Por isto fala-se muito em resgatar o parto como um processo fisiológico normal da mulher.
Segundo a classe médica, as mulheres já chegam no consultório reivindicando a cesárea por comodismo delas mesmas, já que podem marcar a data e principalmente não sentir a dor do trabalho de parto, achando que não vão dar conta.

"Acho que os profissionais deveriam passar mais alguns minutinhos de consulta para informar essas mulheres sobre os tipos de parto e suas indicações, ou então tranquilizá-la sobre o trabalho de parto e seus benefícios. Hoje em dia, com o advento da humanização, já existem profissionais assim", salienta a enfermeira e doula Rosemary Pereira.

É muito comum ouvir as mulheres dizerem que optaram pelo parto cesariana porque não tiveram passagem natural ou porque o bebê era grande demais, questões levantadas ainda durante as consultas pré-natais. "Muitas vezes o médico lança essa ideia sobre o tamanho do bebê, isso assusta a gestante e esse medo pode atrapalhar, porque gera uma tensão que prejudica e muito o relaxamento durante as contrações, fazendo com que esse trabalho de parto se torne muito longo e desconfortável", argumenta Rosemary.

A maioria dos médicos está ligada no automático, são mais racionais e tecnocratas, optando por cirurgias pela praticidade e para facilitar o próprio trabalho; outros perderam bebês ou mães no início de sua carreira em partos normais e passaram a fazer somente cesarianas; ou ainda por dó de ver a mulher sentir dor na hora do parto.

Porém, existem técnicas de humanização que podem facilitar o parto e aliviar os desconfortos do processo de parto, como o banho no chuveiro quente, os exercícios na bola de pilates, caminhar ou ter liberdade para buscar a melhor posição para o nascimento. Esses procedimentos já são adotados em hospitais com atendimento humanizado.

"Nós mulheres precisamos nos conhecer mais, nos valorizar e acreditar no potencial de cada uma, nossa mente e corpo chegaram a esse mundo preparadas para dar a luz, dependendo do que aprendermos, formaremos opiniões, acreditamos ou não, só depende de cada uma de nós", finaliza a doula.
                               Por Carmem Sanches

Humanizar é preciso


Humanizar o parto é adequálo a cada mãe


Seja normal, cesárea, domiciliar, de cócoras, na água ou a fórceps, o parto pode ser humanizado quando respeita a vontade ou necessidade das gestantes. A técnica não pode tornar-se mais importante do que as pessoas envolvidas, é o que defendem as entidades que formam a rede de apoio pela retomada da decisão das futuras mães e pais.
Com o passar dos anos e a invasão dos partos cesariana nos hospitais, a decisão quanto ao tipo de parto ficou nas mãos dos obstetras e não das gestantes, que temem as dores do processo natural de nascimento, por desinformação ou pelo mito da dificuldade criada nas últimas décadas.
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O parto tornou-se assunto exclusivamente médico, especialmente no Brasil onde as taxas de cesárea estão entre as mais altas no mundo, chegando a mais de 80% em alguns hospitais. Por isto fala-se muito em resgatar o parto como um processo fisiológico normal da mulher.
Segundo a classe médica, as mulheres já chegam no consultório reivindicando a cesárea por comodismo delas mesmas, já que podem marcar a data e principalmente não sentir a dor do trabalho de parto, achando que não vão dar conta.

"Acho que os profissionais deveriam passar mais alguns minutinhos de consulta para informar essas mulheres sobre os tipos de parto e suas indicações, ou então tranquilizá-la sobre o trabalho de parto e seus benefícios. Hoje em dia, com o advento da humanização, já existem profissionais assim", salienta a enfermeira e doula Rosemary Pereira.

É muito comum ouvir as mulheres dizerem que optaram pelo parto cesariana porque não tiveram passagem natural ou porque o bebê era grande demais, questões levantadas ainda durante as consultas pré-natais. "Muitas vezes o médico lança essa ideia sobre o tamanho do bebê, isso assusta a gestante e esse medo pode atrapalhar, porque gera uma tensão que prejudica e muito o relaxamento durante as contrações, fazendo com que esse trabalho de parto se torne muito longo e desconfortável", argumenta Rosemary.

A maioria dos médicos está ligada no automático, são mais racionais e tecnocratas, optando por cirurgias pela praticidade e para facilitar o próprio trabalho; outros perderam bebês ou mães no início de sua carreira em partos normais e passaram a fazer somente cesarianas; ou ainda por dó de ver a mulher sentir dor na hora do parto.

Porém, existem técnicas de humanização que podem facilitar o parto e aliviar os desconfortos do processo de parto, como o banho no chuveiro quente, os exercícios na bola de pilates, caminhar ou ter liberdade para buscar a melhor posição para o nascimento. Esses procedimentos já são adotados em hospitais com atendimento humanizado.

"Nós mulheres precisamos nos conhecer mais, nos valorizar e acreditar no potencial de cada uma, nossa mente e corpo chegaram a esse mundo preparadas para dar a luz, dependendo do que aprendermos, formaremos opiniões, acreditamos ou não, só depende de cada uma de nós", finaliza a doula.
                               Por Carmem Sanches

Relato de Parto da Lia



Pra falar da chegada do Miguel, eu preciso voltar 4 anos no tempo e resumir o que foi a espera de Henrique, meu primeiro filho.

No final de 2007, descubro que estou grávida e vou realizar o grande sonho da minha vida, ser mãe !

Logo depois descubro que estou esperando um menino, como sempre imaginei que seria.

A gestação correu maravilhosamente bem, engordei 10 kg no total e ao completar 39 semanas e 4 dias, escuto do meu médico da época que eu não tinha nenhum sinal de que entraria em TP, que ele só esperaria até 40 semanas e que, como eu não estava dilatando, deveríamos marcar a cesárea o quanto antes mas desde que não passasse de 40 semanas.

Esta consulta foi no domingo, marcamos pra segunda.
Quem ousaria não acatar às ordens de seu médico, querido, fofo, um amor, aos 47 do segundo tempo?

E pro dia seguinte, 01 de setembro, marcamos a chegada do Henrique.
A cesárea foi "tranquila", não senti nada, me mostraram o Henrique bem rapidamente qdo nasceu, e logo já o levaram de mim para os
"cuidados" iniciais.

Duas horas e meia depois é que trouxeram ele de volta, de banho tomado e todos os procedimentos "padrões" das maternidades realizados.  

Tenho uma foto dele, qdo nasceu, e tem nada mais nada menos que 8 mãos ao redor dele para realizar esses procedimentos. Choro e mto cada vez que vejo que o meu bb não foi respeitado naquele momento e o nosso contato foi privado de uma maneira sem limites.

Não tive problemas quanto ao leite, qdo ele chegou no quarto já abocanhou certinho a mama e o colostro começou a vir imediatamente.
Anos depois, mais precisamente em 2011, decidimos que era o momento da família aumentar !

Três meses depois de começarmos oficialmente as tentativas, bingo, eu estava grávida de novo ! E o mais "curioso" na mesma época que engravidei do Henrique, teríamos dois filhos nascendo no mesmo mês, com a incomparável diferença de que, dessa vez, era o Miguel que escolheria a hora de nascer.

Henrique amou a idéia de um irmão, mas pra ele desde o começo, quem tava na minha barriga era a Mirella.

Como a certeza dele era tanta, acabei pensando que estava certo e mal tinha nomes para meninos. Um grande amigo nosso, nosso cumpadi Octavio veio nos visitar e “palpitou” q realmente era um menino na minha barriga.

Nesse dia pensei: “Preciso de opções pra nomes de menino, vai que ...”

No caminho para a ultrassom de 15 semanas, onde veríamos o sexo perguntei pro André qual nome seria se fosse um menino. Ele ainda relutou e disse: Mas é uma menina !

O médico do ultrassom liga a tela e eu bati o olho em algo familiar, falei pro André ... é um menino ! E o médico confirmou !

Perfil do Príncipe

O "documento"

Na volta, ainda estáticos com a notícia (NOTA- eu sempre soube que seria mãe de “meninos”) começamos a pensar no nome.

Eu tinha comentado que gostava de Murilo e naquele momento “escuto” no meu ouvido o nome “Miguel”.

Olhei pro André e disse: Murilo ou Miguel? Ele: Miguel !

E ali estava escolhido o nome do príncipe ! Como não acredito em coincidências e o nome me foi soprado com nitidez e clareza em meu ouvido, tenho certeza que era assim que ele imaginava e queria se chamar ! E que assim fosse !

Tempos depois tive um sonho lindo, em que eu “via” o Miguel nascendo, vindo direto pro meu colo e no sonho vi que ele seria igualzinho ao irmão, porém, teria o cabelinho mais escuro.
Comecei o pré natal com o mesmo médico fofo e querido. As consultas demoravam 3 horas na sala de espera e no máximo 10 minutos dentro da sala. Saia de lá sempre achando que estava sendo "tocada" pra fora, mas como era o único que eu conhecia e meu plano atendia, continuei indo às consultas.

Em um dado momento, logo no inicio da gestação, alguém me comentou sobre a Yoga Pré Natal, do Namaskar Yoga, da Adriana Vieira. E antes mesmo de completar 10 semanas eu já estava freqüentando as aulas.

Participei por dois meses, 2x por semana, foram momentos incrivelmente felizes, de encontro comigo mesma e de ensinamentos que viriam a me ajudar demais nos finalmentes.

Nessas aulas, conheci mulheres – Ale Dardaque, Irina, dentre outras -  que tinham conseguido o seu tão sonhado VBAC (Parto Normal Pós Cesárea) e aquilo me fez acreditar que eu podia sim chegar lá.

Nas consultas, ao perguntar ao GO fofinho, se não teria problemas em ter meu parto normal pós cesárea, mto vagamente ele respondia que não tinha problema algum.

Após a queridíssima Ana Branco, que conheci na Yoga, conseguir o seu VBAC, fui apresentada e imediatamente me apaixonei pela Doula Rose Pereira, a qual naquele momento decidi que seria a minha Doula para o meu “renascimento”.

Comecei minhas buscas, minhas pesquisas para saber ainda mais sobre esse mundo do Parto Normal, coisa que sonhei a vida toda mas não imaginava que teria tantos "obstáculos" pela frente.

Algumas amigas apareceram para iluminar meu caminho, como foi com a querida Carla Martins, que não só me mostrou seu relato de parto, como me emprestou uma chuva de livros que me deixariam ainda mais firmes da minha decisão. Serei ETERNAMENTE grata por acreditar em mim, por me aturar cheia de perguntas e por me ajudar nessa linda caminhada !

Preciso agradecer também à chamada pra “terra” que levei da Obstetriz Ana Cristina Duarte, quando, numa troca de e-mails ela me “trouxe para a realidade” dizendo que ao continuar o acompanhamento com meu GO fofinho eu acabaria novamente em uma mesa de cirurgia pois ele não compraria o meu parto. Ele novamente deixaria a gente chegar na porta do gol e depois chutaria do jeito que fosse melhor PRA ELE e não pra mim.

No momento em que li aquilo tudo eu fiquei meio sem ação, precisava fazer algo e logo para que meu sonho pudesse se tornar real !

Logo depois foi iniciado lá no grupo da Yoga, a Roda de Mães, que conta com reuniões mensais abordando diversos temas de gestação e maternidade. Na primeira roda a palestrante seria a minha ginecologista de toda a vida Dra Izilda Pupo. Aquilo tinha que ser um sinal pra mim, eu abracei e no mesmo momento que ela chegou fui conversar com ela sobre a possibilidade de acompanhar meu Pré Natal e meu Parto, papo vai, papo vem, combinamos que eu iria ao consultório dela no dia seguinte. Ela tinha sido a responsável pelos VBAC das amigas já referidas no texto acima, fiquei ainda mais empolgada com tudo por esse motivo !

Com 25 semanas eu estava lá, mostrei todos os exames já feitos anteriormente, e ainda que meu plano não fosse aceito por ela, eu e marido conversamos muito e decidimos que "arcaríamos" com as consultas e tudo o mais no sistema de reembolso. Era mto importante pra mim e pra ele, ainda que o valor do reembolso fosse pouco, realizar esse sonho não concluído.

A gente não tinha esse dinheiro guardado, seria bem apertado pra pagar mas qual é o sonho que não se vale a pena lutar???? (E bem ou mal, carnê a gente faz a vida toda né? rsrs)

Pronto, agora eu podia ter segurança de que iria parir como devia e não como o médico achava melhor.

* Meses após voltar pra Dra, fiquei sabendo de MTAS histórias do meu ex GO fofo, e mtas desculpas esfarrapadas para que no final bebês nascessem como ele queria e não como deveria ser*

Meus encontros com a Doula Rose começaram com 20 semanas, muita conversa, massagens, Reiki, DVDs para assistir, livros pra ler, todo o subsídio que eu realmente precisava pra chegar lá.

Com as férias escolares, não consegui mais freqüentar as aulas de Yoga, afinal tinha o Henrique pra eu cuidar "full time" e acabei com muita dor no coração sem voltar às aulas.

Mas ainda assim, eu e André, fizemos o Curso para Casais Grávidos, tb ministrado pela Adriana e pela Rose e saímos de lá completamente felizes de que tinhamos mais conhecimento para o grande dia.
Adri e Rose 

Adicionar legenda


Como eu não podia ficar sem exercícios (coisa de ex atleta que não consegue ficar parada), acabei encontrando a irmã de uma querida amiga de infância, a Nadja Stamato, que vinha em casa realizar sessões de Pilates para gestante.

Até o final da gestação 2x por semana fazíamos muitos exercícios na bola, alongamentos, etc. Foi mto gostoso e me ajudou bastante tb no dia.

Henrique fazia questão de participar de tudo !
Bom, agora vamos ao final da gestação. Gestação esta que tb se passou sem intercorrências, tudo lindo, tudo perfeito, engordei 13 kg e ouvia de minhas amigas que "de costas eu nem parecia que estava grávida".

Barriga de 39 semanas
Fui uma grávida SUPER ativa ! Caminhei quase que diariamente, fazia exercícios em casa na bola, fora dos horários de aula em si, não parei um minuto. Até um dia antes do parto eu ainda trabalhei nas encomendas que estavam agendadas pra loja.

Caminhei muuuito, fosse na rua ou no mar !
Chegamos às 39 semanas com nenhum sinal de trabalho de parto. Como estudei bastante não estava preocupada, estava SUPER tranqüila de que meu corpo iria funcionar na hora certa e de que tudo correria bem.

"Meu filho sabe a hora de nascer, meu corpo sabe como fazê-lo nascer"

Ouvi isso da minha doula em um de nossos relaxamentos e virou meu mantra desde então.

Fiz uma carta aberta no Facebook “permitindo” a chegada do meu bebe, comecei a tomar chá de canela com gengibre e, junto com o marido, fizemos uma oração de agradecimento pela gestação, de “adeus” à barriga e de boas vindas ao nosso novo integrante dessa família que se ama tanto e que ansiava tanto por sua chegada !


Com o passar dos dias, as pessoas iam ficando cada vez mais tensas e ansiosas e era só eu dar Bom Dia, no Facebook e choviam perguntas do tipo:
E esse bb não nasce não?

Confesso que eu já estava "sem filtro" no final da gestação, e apesar de estar muito tranqüila com relação ao tempo do meu filho e do meu corpo funcionarem, eu passei a deixar de comentar as publicações na rede social, de atender à telefonemas, me fechei mesmo na concha.

Eu PRECISAVA de paz, PRECISAVA manter meu corpo e mente sãos, focados e interligados única e exclusivamente na energia do nascimento, na energia da chegada de uma vida. E assim o fiz, tenho certeza que, grande parte das amigas ansiosas entenderam o meu momento, agradeço a todas que compreenderam o meu silêncio e o meu afastamento temporário.

Não tinha nada pessoal com ninguém, era só a "leoa" começando a preparar o terreno de receber seu "leãozinho". E que só precisava de respeito em seu momento.

Mais uma vez, meu agradecimento àqueles que souberam me respeitar ;)

40 semanas chegaram e, no dia anterior à este, comecei a perder o tampão.
Era meu corpo mostrando que tudo estava bem e que estava começando a funcionar...

As pessoas ficavam cada vez mais tensas que eu já havia completado as 40 semanas, como se eu fosse uma “elefoa” que gesta seu bbzinho por 23 meses.

Ao andar na rua, conversar com conhecidos ou não, era essa a impressão que todos passavam, que eu gestaria para sempre ...

Sem contar que, com o tamanho da barriga, ninguém mais me dava oi olhando nos meus olhos, era um oi focado para o meu umbigo, do tipo, não é possível, ela vai explodir ! rs

Na consulta das 40 semanas, 1 cm de dilatação. Vibrei de felicidade pois na gestação do Henrique nem isso eu tive tempo de deixar acontecer, e agora tenho dúvidas se aconteceu e o médico não me "escondeu" essa informação.

No dia seguinte, consulta de novo e um colo molinho e já um pouco mais dilatado do que no dia anterior. Sai de lá xoxa, achando que meu corpo demoraria um século pra 'pegar no tranco'.

Fui caminhar com o marido na praia e as palavras e o apoio dele foram fundamentais para que eu pudesse crer que estava acontecendo, era questão de dias !

Na quarta feira pela manhã, dia 19 de setembro, eu teria nova consulta as 8:30 para avaliar meu progresso. Quando foi 04:45 eu acordo com uma cólica dolorida. Fiquei quietinha na cama e 10 minutos depois ela veio novamente.

Não me animei, tentei dormir e 10 minutos depois outra cólica... Pensei vou pro banho, se não for trabalho de parto elas vão espaçar e/ou parar. Fui pro banho e fiquei lá cerca de 1 hora.

Continuei contando, e elas continuaram de 10 em 10 minutos. Acordei o marido que imediatamente ligou pra Doula. Uns 20 minutos depois ela já estava em casa. Avaliou, analisou que ainda estava bem longe e mandou que eu descansasse, curtisse o marido, que seria naquele dia, mas que iria demorar um pouco ainda.

Pedi que ela avisasse a Dra e resolvi não ir na consulta. Alguns minutos depois a Dra me liga e diz que quer avaliar assim mesmo.

Vou pro consultório e chegando lá 2 cm de dilatação. Combinamos que quando o bicho pegasse eu ligaria pra ela.

Nesse meio tempo lembrei que alguém tinha me contado sobre Acupuntura pra ajudar o TP a pegar ritmo. Entrei em contato com a Ellen Infante, que já conhecia da Roda de Mães e combinamos de fazer uma sessão conjunta com a Doula Rose para relaxarmos e o TP engrenar.

Deixamos minha mãe responsável por levar o Henrique na escola e fomos, eu e marido.
A Ellen logo chegou e começou as agulhadas. Durante o processo as contrações já foram para 5 em 5 minutos e as dores ficaram um pouco mais intensas.


A maluca das "agúias" como eu apelidei a queridissima Ellen

Quando acabaram as agulhinhas, marido foi o primeiro a receber Reiki e depois foi a minha vez.

Saímos de lá nos sentindo super tranqüilos e voltamos caminhando até a nossa casa.

A cada contração eu já não conseguia me manter conversando, tinha que inspirar e expirar bem fundo quando elas vinham. Mentalizava as ondas que estavam trazendo meu filho e sorria ao final de cada uma delas. Pensei comigo, se a dor continuar assim vai ser tranqüilo ...

Tomamos lanche com minha mãe, irmã e Henrique que logo já preparou sua mochilinha para passar a noite na casa da vovó. Precisava que naquele momento ele tivesse curtindo e não preocupado com a mamãe.

Dei um beijo nele, avisei que logo o Miguel estaria chegando e ele foi feliz da vida curtir a Vovó e a Tia. Confesso que dei uma choradinha depois que ele saiu pq nunca mais seríamos só “eu e ele” e ao mesmo tempo estava pra chegar o melhor presente que eu podia lhe dar !

Henrique dando tchau pra barriga !
Neste momento a Doula voltou em casa para me avaliar, disse que estávamos caminhando mas ainda “longe” e pediu para que eu e o marido tentássemos descansar. Que nos falaríamos mais tarde.

Tomamos banho e fomos deitar. Ao me posicionar, cheia de travesseiros ao redor, uma contração mais forte vem e não me deixa ficar daquele jeito.

Mudo de posição, viro e reviro na cama tentando achar um jeito de ficar confortável para tentar descansar um pouco. Não consigo !

Levantei pra ir ao banheiro e dou de cara com uma joaninha na beirada da minha cama ! Como ela tinha ido parar ali eu não sei, só sei que era sinal de boa sorte com certeza !

Visita ilustre durante o TP
As contrações continuavam de 5 em 5 minutos e qdo vinham era uma cólica ardida que só. Ficar deitada era impossível, me apoiei no marido sentada e ele me amparava a cada nova onda que estava por vir.

Quando foi lá pelas 23 horas decidi ir pro chuveiro pra ver se as dores aliviavam na água quente. Foi entrar embaixo dágua e receber uma msg da Doula em meu celular: Se estiver acordada me ligue !

Pedi pro André ligar e ele avisou que eu não consegui dormir e que estava no chuveiro para aliviar as dores. Ela prontamente disse que estava a caminho, que estava chegando a hora desse bebê conhecer o mundo.

Quando chegou eu ainda estava na água, o poder de alívio era muito bom. Saí do chuveiro para que ela me avaliasse (NOTA: Minha Doula é Enfermeira Obstétrica e sendo assim podia fazer os toques para avaliar a evolução do TP) e ela com sorriso amarelo me avisa que está indo bem mas não diz nada sobre quantos “dedos” estavam.

Ali eu vi que ia ter que “rebolar” pras coisas andarem.

Falando em andar, ela sugeriu que fossemos caminhar na rua, detalhe, neste dia fez 40 graus em Santos, estava um vendo quente e abafado, e lá fomos nós, Eu, Rose e Marido caminhar pelas ruas da região.

Desci de escada – moro no 6º andar – andamos por meia hora e a cada contração a Doula pedia que eu abraçasse o maridão, em algumas contrações ela pediu que eu abraçasse umas árvores. Eu tava topando qualquer negócio, bora pegar a energia da natureza pra fazer a minha natureza agir !

Voltamos, subimos novamente de escada e as dores começaram a apertar. Logo depois chega em casa a amada Doula e Acupunturista Ellen, ela não só iria nos acompanhar, como fotografar esse momento tão especial.

Rose fazendo massagem na lombar durante uma contração. E eu "sibilando" o siiiiiiiiiiii 
Desse momento em diante as dores começaram a tomar um nível completamente diferente. As contrações vinham de 4 em 4 minutos e duravam algo em torno de 1, 1 minuto e pouco. Não sei ao certo, a Ellen estava calculando pode dizer melhor do que eu.

Comecei a adentrar as portas da Partolândia, lugar que eu tava doooooooooida pra conhecer e não tinha a menor idéia do que me esperava por lá.
As contrações vinham cada vez mais doloridas, já não queria mais ficar de camisola, os exercícios na bola já estavam me deixando impaciente. Em um dado momento a Ellen oferece as agulhinhas pra aliviar a dor na minha lombar. Falei pra ela que podia agulhar o que ela quisesse, se fosse pra me aliviar, podia colocar até mil agulhas em mim.
Rose ouvindo o "foco" do bb
Quis ir pro chuveiro novamente, coloquei a água quente, no calor de 40º graus que estava, me senti tonta, sai da água, tentei comer, fiquei enjoada.

A Rose disse que era bom, que era sinal do meu corpo trabalhando. Não tenho noção de quanto tempo se passou, aliás, não tenho muita noção de nada que se passou por ali, MUITA coisa eu esqueci completamente.

Sei que a Rose tb pediu pro André tentar descansar um pouco, ainda estávamos longe da “hora P” e que quando as coisas apertassem ela e eu iríamos precisar dele inteiro.

Nesse momento fiquei meio triste que ele não estava comigo mas pensei, se a Rose está falando é pq ela sabe o que diz.

Ficamos na sala, de luz apagada, eu, Ellen e Rose e entre uma contração e outra contei a história de como conheci o André, falamos amenidades e demos risada.

Reiki  entre as contrações
Num dado momento as dores mudaram de padrão, a cada nova contração um grito saía da minha garganta, não era questão de eu pensar: Olha, lá vem outra dor, grite !

O grito simplesmente saía, não tinha controle, e durava até a onda passar.

Pela foto se imagina os decibéis do grito !
Deviam ser umas 4 da manhã quando comecei a gritar. Naquele momento não lembrei que tinha vizinhos, que podia acordar o povo, eu estava em contato com o meu eu e nada mais importaria ali.

Lembro que antes do TP começar falei pro marido: “Hj você vai conhecer a Fiona ! Nem eu sei como ela é, então prepare-se para o pior !!!!”

Sim, a Fiona tinha chegado ! Volto pro chuveiro, a Rose me oferece a bola e eu decido que quero sentar no banquinho de cócoras. Tava ficando irritada com a bola ela não tava sendo parceira o suficiente naquele momento (risos).

Entrei na água novamente, me acomodei no banquinho e as 3 contrações mais doloridas de todo o mundo vieram uma seguida da outra. Dei um berro, mandei a Rose chamar o André, dane-se se ia demorar, queria meu marido me segurando ali naquele momento.

Bendito banco de cócoras, deu uma guinada na dilatação
Nessa mesma hora começo a falar que quero ir pro hospital e que chegando lá eu ia tomar anestesia ! Nem que fosse uma picadinha mínima !!

Eu ainda não tinha nem 5 cm de dilatação, como sobreviveria àquelas ondas até os 10?
E qto tempo mais eu iria suportar?

O André correu pro chuveiro e falei: EU VOU PRO HOSPITAL AGORA !!! E ele ta bom ta bom, nisso a Rose, vem novamente e fala: Vamos esperar mais um pouquinho pra acordar a Dra? Vc consegue, vc agüenta, pode ser?

No intervalo da contração respondo que sim, em seguida vem uma ainda mais intensa e eu grito: NÃO QUERO ESPERAR !

A Rose calmamente passa a mão no telefone e liga pra Dra.

Diz que eu to pedindo pra ir pro hospital e que quero anestesia.

(NOTA: Deixei todo mundo avisado que na hora da “covardia”, quando eu pedisse pra tomar anestesia, era pra dar na minha cara, fazer de conta que iam dar e depois não dar, enfim, que me enrolassem pra que eu não fosse tomar).

A minha AMADA Dra no telefone diz, pode levar ela pro hospital, mas avisa pra ela que ela NÃO VAI tomar anestesia ! Lá a gente monta a banheirinha e ela vai se sentir mais confortável.

Na hora fiquei puta, mas depois vi que ela sabia o que tava fazendo e que tudo ia dar certo !

Fiquei MTO enjoada e corri pra vomitar, já quase não tinha nada no estômago, o que tinha se foi por ali...

Nesse momento eu já não sabia mais nem quem eu era direito. Outra contração veio e a Rose quis avaliar durante pra saber como estávamos.

Ela olha pra mim e abre um mega sorriso: 5 cm ! Vamos pro hospital !

Quando eu levanto da cama ... chuaaaaaaaaaaaaaaaa, parte da bolsa se rompe e eu que pedi por isso a gestação inteira fico ainda mais grata por Deus ter me ouvido. Eu só queria ir pro hospital quando estivesse realmente “parindo”.

Agora tentem imaginar a cena.

Eu estava enrolada na toalha, a Rose pergunta, com que roupa vc vai?
E eu: Eu vou assim mesmo ! E ela: Não filha, assim vc não vai !
E eu: Então eu vou com essa camisola aqui ! – visto a camisola e não percebo que estou com metade da bunda pra fora ...rs
Ela pergunta se eu não tenho um penhoar e eu mal conseguia responder, catei outro vestido longo, coloquei de qquer jeito e fomos.

Toalha no meio das pernas pq a bolsa tinha rompido, cabelo preso no topo da cabeça, pingando de não enxugar direito, uma sandalinha qquer que estava no caminho da saída (pq eu iria descalça na boa rsrs) e a vontade de me teletransportar pra dentro do hospital num piscar de olhos ...

Pensa que eu tava preocupada? Tava era doida pra esse bebê nascer !
O trajeto da minha casa pro hospital leva 10 minutos de dia, na madrugada, sem carro algum na rua, levou 5 mas pra mim parecia 1h e meia !

Fui no banco de trás com a Rose e o André dirigindo.

Lembro de ter dito pra Rose que queria fazer cocô ! E ela falou q eu não queria, que era meu filho que estava vindo !

Enqto ele ia parar o carro entramos na recepção. Daí aquela coisa de hospital, vc chega parindo e o recepcionista: Moça os documentos ? Por muito pouco ele não viu a ira da Fiona pulando pra cima dele e mostrando que documento o que meu senhor, o meu filho tava nascendo.

A Rose, com toda sua experiência fala alguma coisa pra ele, que eu só lembro de flashs, e me leva para a sala de avaliação.

Nisso vem outra contração e na sala de espera uma família de umas 10 pessoas que aguardava por um bebê que estava vindo ao mundo por uma (desne) cesária, me viu tendo uma contração daquelas. Tenho certeza que eles nunca mais vão esquecer a cena de eu me segurando em algum lugar que não lembro onde era e atingindo uma alta nota vocal hahaha.

Entramos na sala de avaliação e a Rose ao fazer o toque olha pra mim, abre um baita sorriso e diz: 8 cm !!!! E nesse momento a bolsa, que havia rompido alta terminou de romper lavando o chão com o líquido amniótico, clarinho, limpinho, como deveria ser.

Falei que ela tava mentindo pra mim e ela disse que não, que finalmente era hora do meu bebê nascer.

Fiquei em êxtase, foi uma eternidade para chegar nos 5 cm, e em menos de meia hora eu vou de 5 a 8 e começo a sentir vontade de empurrar !!!!
Chegamos no Pré Parto e começamos a arrumar a sala para que Miguel chegasse ali mesmo, não queria ir pro Centro Cirúrgico !!!

O André demorando com a papelada, eu ficando sem posição e desse momento em diante eu lembro de pouquíssimas coisas. Se não fosse a Ellen ter filmado eu teria apagado MTO do que vivi ali, é algo TÃO intenso, TÃO único e TÃO primitivo que vc realmente se fecha pra o mundo de fora e se abre para o seu mundo de “dentro”.

Sei que em dado momento o André entrou, UFA! Que alívio ter ele ali !




Se não tivesse ele pra eu me apoiar, não sei nem como seria.

Rose aplicando Reiki, Marido me amparando

Tentamos que eu me acomodasse de várias formas e acabou que a melhor posição que eu me encontrei foi sentadinha no banco de cócoras.


Tão lindo olhar essa foto e ver que eu tive liberdade pra achar a melhor posição pra mim !
(NOTA: O plano inicial era que Miguel nascesse na banheira, mas tanto chegamos no hospital “já parindo” quanto o banheiro da suíte pré parto estava com o chuveiro queimado e não teria água quente pra enchermos).

Em pouquíssimo tempo a Rose avalia e diz que estou com dilatação total, era só questão de “fazer força” para que meu filho nascesse. A Dra ainda não tinha chegado, quer dizer, tinha eu só não sabia, tinham feito a minha internação como cesárea e ela estava resolvendo isso.

A Rose nesse meio tempo disse: Eu estou pronta e vc? Se a Dra não chegar eu estou aqui !

Marido ajoelhado do meu lado eu agarrada nele, deixei unhas no rosto dele e uma torcicolo que ele jamais vai esquecer rsrsrs

Respirando fuuundo e unhando o marido ! rs


Viu, dava até pra sorrir nos intervalos !

Ganhei beijo e tanto carinho ! Ô coisa boa !

Doula e Marido coladinhos em mim dando todo suporte do mundo !
Me senti pronta, os puxos eram involuntários, vinham com uma força louca.

Eu já não sentia mais dor, no momento que os puxos começam a coisa muda de figura. Não é dor, é pressão que você sente.

Lembro ali que esqueci de levar o CD que eu tinha gravado mas não seria por isso que não teria música, começo a cantar mentalmente a música Nascer, da Isadora Canto, que diz:

“É a hora esperada, vamos nos conhecer ! Vou olhar em sua alma e amar-te ainda mais ! Agora quero ver vc nascer, agora somos eu e vc!”

Começo a me sentir cada vez mais forte para que aquele momento TAO esperado chegasse e logo !

Abre a porta e pronto, meu sorriso se ilumina, a Dra chegou e não faltava mais ninguém!

A Dra queridissima chegou já me fazendo carinho !
Quer dizer, faltava sim, o Miguel que tava quase ali.

A Dra me pede pra tocar e sentir a cabeça dele, a Rose já havia pedido e naquele momento eu tinha dito não.

Decido tocar e sinto a cabeça cheia de cabelinhos ali na portinha, pronta pra sair.

E não é que dava pra sentir o cabelinho mesmo?
Não senti o círculo de fogo que li em muitos relatos, sentia uma pressão lá embaixo e posso dizer que senti arder bem pouquinho no momento em que ele estava saindo.

Nesse momento foram algumas poucas forças, um grito animalesco que veio de dentro do meu eu mais primitivo, alguns poucos segundos de silêncio e um chorinho rouco com uma boquinha linda tremendo logo em seguida!

Vem ele, todo melecadinho de vérnix, de dentro de mim diretamente pros meus braços !



O amor maior do mundo, Miguel tinha finalmente chegado !

Se não fosse a filmagem eu tb não lembraria do que disse. Mas revendo me emociono ainda mais quando em êxtase eu digo repetidamente: “A gente conseguiu filho ! A mamãe te ama, você é MTO bem vindo !”

Todo mundo deveria passar por isso uma vez na vida ! A emoção de sair de você pro seu colo é algo que não se expressa em palavras, só quem passou por aquilo é que sabe do que eu estou dizendo.

Olhos nos olhos assim que nasceu, um bico lindooooo quando foi chorar, lembro de ter olhado as mãos dele que eram enormes, lembro de que imediatamente vi que ele era A CARA do Henrique.

Não consegui chorar, minha emoção foi tanta que eu entrei num alfa, num mundo mágico, estava definitivamente com meu sonho realizado !

No meu colo ele ficou por um bom tempo. Esperamos o cordão parar de pulsar e o papai chorão, que emocionou até o pediatra de plantão, realizou o sonho de corta-lo.


Papai cortando o cordão
Lembro de ouvir o pediatra avaliando ele ali mesmo e dizendo: Esse ai é 10, ta nítido que é 10 ! (referindo-se ao apgar).

Logo depois a placenta puft, e eu mal sinto ela sair. O Miguel é levado pelo pediatra com o meu consentimento para as avaliações iniciais e peço para o marido acompanhar tudo.

Neste momento eu poderia tranquilamente levantar e sair pra jogar futebol. Estava de forças renovadas, não sentia dor alguma e todo o cansaço de estar há 26 horas "trabalhando" pra que meu bebê chegasse tinha ido embora como num passe de mágica !
Recebo os parabéns da MINHA equipe e a Dra pergunta se eu já não quero tomar banho antes de subir ao quarto que ficaria hospedada junto com o Miguel.
Renovada, me sentindo a mulher maravilha e morrendo de fome rsrs
Lembro de ter perguntado, quero mas como faz? E a Rose, levanta ué ! E eu levantei da cadeirinha de cócoras e andando fui até o banheiro que era no meio do corredor.

Tomei banho, voltei pro pré parto, a Rose me ajudou, separou tudo pra mim e penteou meu cabelo. Nisso o Miguel já estava de volta, ainda enroladinho em lençol do centro cirúrgico prontinho para experimentar o leitinho da mamãe.

Assim como o irmão, nasceu sabendo mamar, ficou me namorando por um tempo e logo depois abocanhou o “Tetê”.
Nesse momento peguei o celular e liguei para os meus pais, André ligou pros dele e não conseguimos segurar a emoção. Eu ainda não sabia nem quantos kgs e cm ele tinha nascido pq isso só saberíamos quando ele fosse tomar banho lá no andar do meu quarto.

Subimos juntos para o quarto, ele foi tomar banho, ser pesado e medido.

51 cm e 3.800 kg !!!

Eu nem acreditei que pari um bebê desse tamanho. Ah e levei apenas dois pontinhos de laceração leve, que foram feitos ali mesmo pós banho no “Pré Parto”.

Tive um parto natural, sem episio, sem anestesia, de cócoras pós uma cesárea. Saí desta experiência com a sensação de que se eu consegui isso tudo, não há nada mais que eu não possa conseguir na minha vida !!!!
Agradeci muito à Rose, Ellen e à Dra por acreditarem em mim e estarem comigo naquele momento tão divino de minha vida !

Mas agradecimento mesmo eu preciso fazer é ao meu marido, pq sem ele, nada disso teria acontecido.

Preciso agradecer à todos os dias que ele agüentou o meu mal humor, os meus pedidos de comidinhas fora de hora, as massagens no meu pé, as dúvidas, as indagações, os dengos, os choros, as noites que ele dormiu encolhidinho no canto da cama porque eu ocupei quase todo o resto com travesseiros, barriga, e etc ...

O mundo de filmes, leituras, textos e vídeos do Youtube que o fiz assistir, ao colo que ele me deu durante o trabalho de parto e no momento do nascimento do nosso príncipe número dois.

Preciso me desculpar tb por te-lo deixado todo arranhado e com torcicolo de tanto agarrar nele no momento em que o Miguel nascia, mas era necessário, a força que ele me deu estando ali “pra mim” é que me fez ter ainda mais garra de alcançar o meu objetivo, a minha meta, a minha grande realização.

Amor da minha vida, sem você, nada valeria a pena ! Obrigada por embarcar comigo nessa viagem e por me divertir tanto, por me amar e por me respeitar sempre !

E antes de encerrar eu preciso agradecer também ao Henrique, meu filho mais velho.

Quando engravidei do Miguel, me culpei e chorei muito por achar que estaria causando algum tipo de “dor” para o Henrique.

Jamais teríamos aqueles momentos a sós, jamais seria só dele e ele só meu.

Ao mesmo tempo seria muito egoísta da minha parte não dar a ele um irmão de presente. Tenho em mim que o melhor presente que um pai pode dar ao seu filho é esse. Minha irmã foi a minha grande e melhor companhia durante toda a minha vida.
Sou mto grata aos meus pais por isso !

Por muitas vezes me questionei se conseguiria amar outra criança da mesma forma que eu já amava o Henrique, sentimento este que eu não tive a menor dúvida quando peguei Miguel em meu colo a primeira vez.

O amor era o mesmo ! EXATAMENTE o mesmo !

Mais lindo do que isso foi o momento em que Henrique entra no meu quarto do hospital, carregando o irmãozinho no carrinho e completamente apaixonado fala: Miguelzinho, eu amo você ! Beija, abraça e quer pegar no colo o irmão que ele esperou longoooos 9 meses pra conhecer. E ali se iniciava uma nova fase em nossas vidas !



Agradeço a todos que tiveram paciência de ler até aqui e espero que tenham gostado dessa minha viagem ao centro de mim mesma e termino este longo texto dizendo uma frase “clichê” mas que faz todo sentido:

Nunca desistam dos seus sonhos !!!!

Beijos

Lia, André, Henrique e Miguel !