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quinta-feira, 30 de junho de 2016

Esse Link tem o Relato de Parto Domiciliar

Parto Domiciliar - Nascimento do Arthur - 11/04/2014 - 13:44 - Santos/SP

Parto Domiciliar da Helena

Nascimento do Rudá

Nascimento de Rudá

Parto Domiciliar do Valentim - Grão de Amor

Relato do parto Domiciliar de Ruah

RELATO DE PARTO
Essa semana faz um ano que Ruáh nasceu, é só agora consigo externar tudo que o nascimento dele me trouxe.
Recém-casada, com 21 anos, último ano da faculdade, fazendo estágio e em um exame de rotina que minha médica pediu porque eu queria começar a tomar injeção eu descubro um pequeno ser em mim. Na hora que a médica do ultrassom falou “você está grávida” eu fiquei estática, não sabia o que pensar. Mas ele estava lá, lindo e perfeito, com quase 16 semanas (já  ) e mais ou menos 500 gramas, quietinho sendo gerado em mim. Sai da sala meio tonta com a notícia e encontrei meu esposo que estava lá fora, contei a novidade, ele ficou todo alegre, bobão. Sempre digo que Ruáh não foi planejado, mas desde sempre foi muito amado, e bem recebido por todos a nossa volta.
Voltei em consulta com minha médica e disse: Temos um menino, e quero um parto normal. A resposta dela foi a típica “Se estiver tudo bem vai ser um parto normal”. Não gostei da resposta, eu era primigesta, paciente dela desde minha primeira menstruação esperava que ela me falasse mais sobre como era o parto e os procedimentos, não rolou, esperei a segunda consulta e foi a mesma coisa, então comecei a pesquisar por conta própria.
Na época meu convênio era da Santa Casa, então pretendia que meu parto fosse lá. Quando estava com 24 semanas, tive uma taquicardia enquanto estava trabalhando, a enfermeira do meu serviço me levou de ambulância até a Santa Casa, e aí começou meu terror por esse hospital. Chegando lá a enfermeira do meu serviço foi impedida de entrar no atendimento comigo, ninguém podia entrar, a médica foi fazendo perguntas, enquanto algumas residentes e um obstetra caçoavam de uma mãe que tinha acabado de parir (não vou reproduzir as asneiras que eles falavam), fiquei super incomodada com isso. A médica mediu minha PA, confirmou taquicardia, fez um toque, e fomos auscultar o bebê, ela simplesmente me vira sem nenhum jeito e diz “Mãezinha não tô escutando coração nenhum”, no momento só não entrei em pânico porque ele estava mexendo bastante. Falei para ela tentar de novo, e então ouvi o coraçãozinho do meu bebê. Cheguei no hospital as 10:40h da manhã, só fui liberada com muito custo as 22h, me mandaram da maternidade para o PS porque falaram que meu problema não era na maternidade (Oi?? Estou gestante!!!) enfim, me mandaram de um lugar para o outro, até descobrirem que era uma infecção urinária, logo a taquicardia passou. Nesse dia decidi que não teria meu filho nesse hospital de jeito nenhum, e comecei a buscar outra opção.
Alguns dias depois uma amiga muito querida que está morando longe, Raquel, me chamou para falar sobre o parto, e foi então que descobri o verdadeiro parto normal. Ela me adicionou no Partejar, me enviou diversos links, e então comecei a buscar uma doula.
Comecei a ler muito, recomendações da OMS, MS, blog da Melania (me apaixonei por essa mulher) e alguns outros, inclui o maridão nessa, porque no começo ele achava que era frescura minha não querer uma episiotomia ou outras intervenções.
Escolhi a doula, e começamos a conversar e ver alternativas para o parto. Primeira opção era o Silvério Fontes, o hospital estava sendo receptivo à plano de parto, já tinha alguns relatos de parto natural, e a Graziella que é enfermeira lá e virou uma amiga nessa busca. A DPP do Ruáh era 07/06/2015, e umas semanas antes começou uma reforma no Silvério, e ficou bem difícil as coisas por lá. Ficamos na expectativa da reforma acabar antes dele dar as caras, mas começamos a buscar outras opções. Então colocamos o HGA como primeira opção caso o Silvério não estivesse ok até eu entrar em trabalho de parto.
Com 39 semanas minha médica veio com a desculpa de que se eu não entrasse em tp fosse para o plantão dela na Santa Casa que ela faria uma cesárea porque não queria me ver sofrendo arrastando um barrigão (AFFFFFF). Claro que ela nunca mais me viu hahahaha!
Nesse interim eu já estava em contato com a Rose, porque tinha combinado com a Bruna (doula) que ficaríamos em casa com a enfermeira até o máximo possível para chegar no hospital nos finalmentes.
Com 40 semanas comecei o monitoramento no HGA para já ir me acostumando com o hospital, ia dia sim dia não na maternidade. Estava decidida que iria aguardar o trabalho de parto espontâneo até as 42 semanas, após isso abriria outras opções.
Com 41 semanas o HGA por protocolo queria me internar para indução, eu neguei e a plantonista disse tudo bem, mas que a partir dali precisaria procurar outro hospital, porque no próximo monitoramento eles teriam que me internar. Voltei em contato com a Grazi do Silvério para ir acompanhando lá.
A minha doula também estava grávida, e planejando um parto domiciliar, então durante as nossas conversas na gestação, sempre abordávamos o parto domiciliar. Eu tinha esse desejo, mas tinha medo, por não saber como era o trabalho de parto. Fui conversando com ela, com a Rose e amadureci a ideia, conversei com meu esposo que de inicio achou loucura. A Grazi se propôs a nos acompanhar no domiciliar também.
Com 41+2 fui monitorar no Silvério e a Grazi conversou com a plantonista para ela fazer um deslocamento de membranas para ver se eu entrava em TP já que não havia nenhum sinal. Fui conversar com a Rose no mesmo dia, ela me passou a lista de material necessário para o PD e pediu para fazer um ultrassom para ver como estava tudo, e para ter uma estimativa do peso.
No outro dia acordei super desanimada, algo interno, estava me sentindo cansada, chorei várias vezes durante o dia, uma mistura estranha de sensações. Tentei marcar o ultrassom, não consegui, nenhuma clinica que eu liguei fazia no dia. No início da noite combinei com meu esposo de encontra-lo no Extra de SV para comprar algumas coisas, enquanto estava descendo aquela rampinha que tem na entrada algo estranho aconteceu, e senti que minha calcinha ficou molhada, já pensei minha bolsa rompeu. Fui até o banheiro e dei umas três tossidas e confirmei que era a bolsa, o liquido era transparente e com um cheiro semelhante a água sanitária. Isso era 19:28h do dia 17/06/2015.
Ruáh estava a caminho. Fizemos as compras e fomos para casa, avisei a Bruna, avisei minha mãe. Quis tirar umas últimas fotos da barriga, porque não sabia como seriam as próximas horas.
Jantei, tomei banho, e por volta de 21h comecei a sentir algumas contrações. A Bruna pediu para começar a cronometrar com um aplicativo. As contrações começaram a ritmar. Umas 22:30 a Bruna veio me ver, eu estava tranquila, contrações regulares, mas ainda suportáveis.
A Bruna foi embora e pediu para eu descansar para aguardar o tp ativo. Logo depois vomitei toda a janta, mas fui dormir. Contrações indo e vindo, com ritmo certo, mas eu conseguia descansar. Respirar durante a contração é viiiiiida, como me aliviava, fui levando, estava tranquila, Ruáh estava chegando, no tempo dele.
Umas 3h da manhã pedimos para a Bruna voltar. Ela voltou com aquelas mãos maravilhosas na minha lombar, fiquei um pouco no chuveiro, um pouco na bola e quis descansar. Descansei bastante durante a madrugada, consegui ficar deitada, quando a contração vinha eu respirava e praticamente passava sem sentir dor, vomitei mais algumas vezes e fiquei de estômago vazio. Amanheceu, e logo a Rose chegou. Para nossa surpresa dilatação to-tal!!! Ufa agora é só esperar ele vir. A Grazi também chegou.
(Aqui abrirei um parêntese, o motivo pelo qual demorei tanto para conseguir relatar o meu parto. Assim que a Rose chegou, inesperadamente a minha sogra chegou na minha casa. Ela estava desde as 39s torrando a minha pouca paciência para induzir o parto, encheu muito a paciência nessa espera, e lógico ela não fazia ideia do parto domiciliar, primeiro porque não era da conta dela, e segundo porque eu já imaginava a reação. Pois bem, não sei o porquê ela chegou subitamente em casa. E quando viu tudo sendo preparado para o nascimento ali [nesse momento eu já estava na partolândia, então lembro apenas de nuances, só lembro de muitos gritos] ela surtou. Começou a gritar, falar um monte de coisas para as meninas, para o meu esposo. Nesse momento o clima ficou muito tenso, e quase foi tudo por água abaixo. Foi um barraco, meu esposo teve que coloca-la para fora. A Grazi foi tentar conversar com ela e com meu sogro para explicar que estava tudo bem, meio sem sucesso. Conseguimos deixar eles do lado de fora e voltar para o parto).
Nessa tensão meu trabalho de parto travou. Eu já estava bem fraca por conta dos vômitos e já não tinha muitas forças. A Rose pediu para fazerem um soro caseiro para ver se eu me recuperava. Só queria ficar deitada. Fomos para cama eu e meu esposo a Rose pediu para ele me abraçar e me entreguei só ouvia a voz dela e pensava que Ruáh estava chegando, ele estava vindo.
Recuperei um pouco a força, consegui tomar um suco e segurar. A Rose veio com o rebozo, me ajudou muito. Logo depois comecei a sentir muita vontade de fazer força, muita força, mas estava extremamente cansada. Não conseguia controlar o meu corpo. Foram passando as horas. Me sentia muito respeitada e acolhida por todas, meu esposo foi maravilhoso o tempo todo do meu lado.
Fui mais algumas vezes para o chuveiro, não gostei da banqueta, não queria a bola, eu só queria ficar deitada, me joguei na sala apoiada no sofá. Meu esposo trouxe comida e ia me dando. Comecei a sentir vontade de empurrar desesperadamente, Henrique (meu esposo) viu Ruáh coroando, chamou as meninas que estavam na cozinha. Era a hora, não conseguia acreditar, meu bebê nascendo. Me apoiei no canto do sofá e lá fiquei, meio acocorada, Henrique ficou atrás de mim para me apoiar. A Rose foi me ajudando a fazer força junto com a contração. O círculo de fogo, eu senti, que louco meu Deus dói de mais, foi a parte mais doída para mim. Falei que não tinha forças, que não conseguia mais, só precisava de mais um empurrão, a Bruna vira e me fala “ Jipsa ele é todo cabeludo como você sempre quis” eu sorri e empurrei, ele nasceu. Lindo, meu menino. (15:02h do dia 18/06/2015 40s e 4d)
Eu chorava, sorria, orava, Deus estava ali, foi muito real a graça do Senhor naquele momento, eu fui agraciada com o dom da vida, não conseguia acreditar, abençoava meu pequeno, eu e Henrique chorávamos e o consagrávamos ao Senhor, obrigada por nos entrega-lo, que presente.
Ele não veio imediatamente para o colo, teve uma ruptura de cordão (cordão dele era muito curto), precisou de alguns cuidados. Fomos para o quarto e ele veio para o colo, gente que cheiro maravilhoso, queria ficar uma semana sem dar banho nele. Cheiro de vida. Ele ficou um pouco no oxigênio, logo a Driele também chegou, fez uma massagem para ajudar a saída da placenta. Ruáh estabilizou a saturação, foi pesado 3,790kg. Períneo ok, sem necessidade de suturas.
Nascemos!! Nasceu um bebê, uma mãe, um pai, nasceu uma família.
Renasceu uma mulher.
O parto mudou a minha vida, hoje eu sei mais do que nunca que sou capaz de qualquer coisa. Sei olhar outra mulher com um olhar muito mais empático, eu vejo outro mundo, porque eu sou outra. Meu desejo é que todas consigam parir, com respeito, acolhimento, com informação. Eu não posso empoderar nenhuma mulher, mas eu posso ser a ponte para o empoderamento dela, e eu quero e serei essa ponte para todas que eu encontrar no caminho.
Gratidão, a todo o grupo, especialmente a Raquel, Bruna, Rose, Grazi e Driele .
Gratidão ao meu amado, que embarcou comigo com todas as forças Henrique 

Conheca o Trabalho das Parteiras Urbanas

Coletivo de Parteiras
Você conhece o trabalho das parteiras profissionais ou parteiras urbanas ou ainda parteiras modernas? São enfermeiras obstetras e obstetrizes, que podem cuidar de mulheres durante a gestação, parto e pós-parto e também dos bebês durante o nascimento e no início da vida. São especialistas no cuidado a mulheres e bebês saudáveis, com um olhar voltado para a saúde, a fisiologia, mas também com treinamento para identificar fatores de risco e resolver emergências.
Apesar de a maioria dos partos, no Brasil, ser atendida por médicos obstetras, as parteiras têm autonomia para fazer o atendimento de partos de baixo risco e de fato o fazem em vários contextos. Por exemplo, no estudo Nascer no Brasil - Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento (que entrevistou quase 24 mil mulheres em todo o país), 15% dos nascimentos analisados foram atendidos por enfermeiras obstetras ou obstetrizes. Em algumas maternidades públicas na cidade do Rio de Janeiro, mais da metade dos partos são atendidos por enfermeiras obstetras. Você pode não saber ainda, mas parteiras são muito legais!
Quer saber mais? Confira alguns textos sobre o assunto:
Texto "Por que parteiras?" de Maíra Libertad: http://www.coletivodeparteiras.com/…
Texto "E na hora de escolher uma parteira?" de Maíra Libertad:http://www.coletivodeparteiras.com/…
Texto "O que é uma obstetriz?" e "Sobre leis e evidências científicas":http://www.marinabarreto.com/
Texto "O lugar das enfermeiras e obstetrizes" (Revista Radis Fiocruz):http://www6.ensp.fiocruz.br/…/o-lugar-das-enfermeiras-e-obs…
Texto "Eu preciso de uma doula se eu tenho uma parteira?":http://www.coletivodeparteiras.com/…

Depoimento do Parto Domiciliar de Juliana e Thiago

Relato do parto domiciliar do meu primeiro filhote, o Caíque. Dia 28 de janeiro de 2016.
Papai: Thiago Freitas
Doula: Luana Granado
Parteiras: Rose Pereira e Driele Alia
A gravidez
Passei a gravidez inteira super tranquila (no sentido de não ter ansiedade pq tive aquelas oscilações de humor básicas, claro hahahahah). Amei estar gravida, queria que passasse bem devagar pra eu curtir cada fase dele ali dentro da minha barriga, cada chute, cada soluço. Mas quando chegaram as 38 semanas não teve jeito, a ansiedade me pegou. Sou uma pessoa que planeja bastante as coisas, e aquela situação de esperar por algo que nem sabia como e nem quando ia acontecer começou a me deixar meio maluca. Nessa fase me afastei da tudo e de todos, não queria ninguém me pressionando sobre quando ele ia nascer, como se eu tivesse que ter uma data limite. Chegaram inclusive a me perguntar qual a data que o médico colocou como limite. Sem comentários. Isso só piorava minha ansiedade. Além disso ninguém sabia que o parto ia ser domiciliar. Pra mim essa era uma decisão somente minha e do meu marido, e que tomamos depois de muita busca por informação. E sabia que quem não tem informação suficiente sobre isso tende a julgar e se preocupar. Não queria tomar essa decisão nem pra provar pra família que era seguro, nem deixar de fazer o PD por influência de opiniões contrárias, tinha que ser uma decisão 100 % nossa.
Apesar de saber que poderia tranquilamente ir pra 42 semanas, essa nossa cultura de que 40 semanas é o limite da gestação de alguma forma nos afeta.
Cheguei em 40 s com bebê encaixado, colo médio, mas o único sinal eram algumas fisgadas na virilha que começaram nas últimas semanas. Vida normal, dirigindo, caminhando na praia, indo na feira, mercado. E os aplicativos do celular que davam informações sobre a gravidez semana a semana disseram: oi, seu bebê já nasceu! E acabaram ali, nas 40 semanas! Sem comentários 2. E a ansiedade aumentando.
O parto
No dia 26/01 Com 40 s e 2 dias finalmente um sinal, o tampão. Uhuul que alegria, tava esperando tanto por um sinal. E naquela tarde começaram algumas contrações. Ahh que delicia, amo essas contrações! É isso então uma contração? (não tinha conseguido identificar ainda com certeza uma contração até ali). E foi um dia inteiro de prodromos. As contrações vinham a cada 30, 20, 14 minutos. Tentei me manter ocupada. A tarde fiquei na piscina do prédio, a noite fui com meu marido comer em uma pizzaria. Não dormi a noite, às contrações vinham a cada 15 minutos mais ou menos. Mas de manhã espaçaram e consegui dormir acordando a cada 30 minutos com contrações ainda bem suportáveis. Fiquei na cama até 13 h dormindo quebradinho, seguindo conselhos, consegui descansar pra ter energias pro parto. Apesar de que ainda estava
negando pra mim mesma que seria logo. Acho que não queria criar falsas expectativas.
Quando meu marido chegou do trabalho, por volta das 19h, às contrações começaram a ficar mais certinhas e doloridas, a cada 6 ou 5 minutos. Pedi pra Doula vir, e ela chegou acho que perto da meia noite, já doía muito, eu ficava na bola que naquela hora era a posição mais confortável. As massagens faziam a dor ficar muito suportável, nossa, como ajudou! E assim foi até a equipe chegar acho que era perto das 5h da manhã. Nesse momento as dores já eram muito fortes, às contrações ritmadas a cada 3 minutos, e estava com 4 cm de dilatação, pronto, começou efetivAmente o trabalho de parto. A partir daí não lembro as horas e os detalhes. Sei que gritava muito, era o que aliviava minha dor. Chuveiro, bola, queria ficar sentada. Deitada doía mil vezes mais e eu pensava como alguém consegue parir ficando o tempo todo deitada? Como? Ahhh 6 cm, piscina, aliviou muito a dor, me ajudou a relaxar. Massagem aliviava, mas não tanto quanto antes. Meu marido e a Doula tentando me alimentar, eu vomitei algumas vezes e não queria comer nada. Eles insistindo, consegui com muito sacrifício tomar umas colheres de açaí, um copo de água de coco, meia fatia de pão. A dor aumentava e os gritos também. Até que dilatação total. Mas já? Que rápido, achei que ia demorar muito mais. Não sei que horas começou o expulsivo, me falaram que demorou umas 3 horas. Não consigo descrever a dor, tão intensa, tão avassaladora. Gritava, gritava e nada do bebê descer, nem da bolsa estourar. Era uma contração quase atrás na outra. Chegou uma hora que eu tava exausta, só queria descansar, não pensei em nenhum momento em desistir, em anestesia, em ir pro hospital, só queria um tempo pra recuperar, uns 10 minutinhos pra dar uma dormidinha, ahh se fosse possível hahahaha não conseguia mais andar nem agachar, não queria mais chuveiro nem piscina nem nada. Lembro que uma hora fiquei sentada na cama, a Luana colocou umas almofadas entre mim e a parede e falou pra eu tentar descansar entre as contrações, e não é que eu consegui? Eram dormidinha se segundos, praticamente desmaios de exaustão entre uma contração e outra, mas me deu uma energia. Fui pro banquinho e ali Encalhei apoiada no meu marido, e nada me fazia sair dali. Até que a rose veio e falou algumas coisas que não lembro, mas me fez tirar forças não sei de onde e consegui levantar, mudar de posição, agachar, levantar a perna, caminhar até a sala. Juro, Não sei como consegui. Não tinha mais forças. Me convenceram a ir pra piscina, eu também não queria, mas foi ótimo. Meu marido entrou comigo e consegui recuperar um pouco a sanidade. Caíque descia bem devagar. Coloquei a mão e senti a bolsa intacta já parte saindo e a cabeça dele ainda mais alta. Passou um tempo assim, não sei quanto. Me falavam pra tentar não gritar tanto, pra tentar concentrar a força no expulsivo e não na garganta. No começo dizia que não conseguia, mas de novo, tirei forças não sei de onde e quando consegui fazer isso, depois de algumas contrações senti algo diferente! Tem algo aqui, eu gritei. Era ele vindo! E nada da bolsa estourar. Sai da piscina por sugestão da Dri e fiquei de 4 apoios no colchão, e foi ali que depois de mais 3 contrações ele Nasceu, empelicado...só consegui ver na foto, a bolsa estourou logo que nasceu. Estava um pouco molinho de cansado desse expulsivo super longo e cansativo. Mas logo se recuperou. Ele nasceu com 55 cm e pesando 3,845 kg. Tão incrível como aquela dor tão avassaladora simplesmente foi esquecida quando ele nasceu. Foi substituída por uma emoção, um amor, um orgulho, tantos sentimentos que não tem como explicar. Rapidinho a placenta saiu, eu tive uma laceração pequena que não precisou de ponto. Fomos pra cama, ele logo mamou bem direitinho, e como mamou nos primeiros meses, foi um grupinho no peito da mamãe 24 horas por dia (atualmente ele gruda no peito só de madrugada Hahahah). O puerpério foi intenso, confesso que me preparei para o parto, não imaginava o depois, mas isso é um caso à parte rs....
Agradecimentos e afins
Agradeço ao meu marido, sem ter palavras pra dizer o quanto ele foi importante, o parto foi nosso. Ele trabalhou junto comigo o tempo inteiro pro nosso bebê nascer, me dando força, me segurando, me alimentado, me consolando. Nosso amor só floresceu naquele dia, que sem dúvida foi o dia mais especial, emocionante e marcante de toda as nossas vidas!
Agradeço a Luana. Bom, até aquele dia eu sabia por ter me informado que ter uma Doula durante o parto era essencial, mas no fundo eu ainda não tinha entendido o real motivo. Claro que ela já tinha sido muito importante inclusive pra tomar as decisões relativas ao parto. Mas depois do parto não restou mais duvidas, ela foi incrível, apoio, alívio, cuidado, força, tudo sempre passando uma super tranquilidade e suavidade. Agora falo com total certeza e convicção. Ter uma Doula é fundamental.
Agradeço a Drieli. Sempre monitorando tudo, com todo seu conhecimento, foi quem me trouxe a segurança de que tudo ia dar certo, de que tudo estava indo bem, e isso é tão necessário. Além de ter sido de extrema ajuda no pós parto.
Agradeço a Rose, com toda sua serenidade, paciência e experiência, que quando eu já não escutava mais meu marido e a Luana (deve ter dado pra perceber pelo relato que rolou uns vários momentos de teimosia minha com eles hahaha) ela se aproximava nas horas certas pra falar as coisas certas e como uma mãe me fazia seguir seus conselhos de comer, mudar de posição, me mexer. Mesmo quando parecia impossível conseguir, me fazia tirar essa força de algum lugar. Sem contar os dias que antecederam ao parto que ela me ajudou de várias formas a segurar a ansiedade.
Todo mundo que tava ali foi pedacinho essencial desse momento. Sinto que sem uma peça, não ia funcionar. Foi a equipe perfeita, o parto perfeito, como deveria ser, pra mim, pro meu bebê, pra nossa família!
Estar em casa, que por sinal é o lugar que eu mais amo estar, só com pessoas que eu confio, me movimentando, gritando a vontade e ficando nos cantinhos que eu conheço e me sinto bem. Tudo foi essencial. Se fosse no hospital não sei se iria conseguir...tenho a sensação que ter feito o parto domiciliar foi a maior e melhor decisão que já tive em toda a vida!