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terça-feira, 22 de maio de 2012

Depoimento do Papai da Flora e do bento !


Desde a primeira experiência de parto com a Flora, que hoje tem 2 anos e 7 meses, tinhamos a certeza
de que precisavamos nos aproximar o máximo possível do processo sem todas as interferências mecânicas
do hospital. Apesar de termos pesquisado sobre parto natural, estarmos frequentando o GAMA em SP e aulas de yoga, que foram fundamentais para tudo correr bem, ainda não havíamos cogitado fazer o parto em casa.
Com a gravidez do Bento, tudo foi muito mais dinâmico e já com uma criança não havia muito tempo para toda aquela atenção da primeira gravidez, porém faltando 2 meses para a previsão de parto, decidimos fazê-lo em casa. Lembramos que, mesmo tendo uma 'boa experiência' no hospital com a Flora e tendo nos precavido como pudemos (plano de parto detalhado sobre o que queríamos ou não, uma equipe disposta ao parto natural), não deixamos de vivenciar o lado invasivo e massificado do procedimento hospitalar, onde o pai não pode entrar para dar banho no bebê, mas a equipe de vídeo pode!
Invasões na madrugada para vacinas e outras coisas que não deixam nenhum casal à vontade e todas essas lembranças nos fizeram optar em conscenso e sem dúvida sobre o parto domiciliar.
Neste momento, a figura da doula, representanda pela Rose, foi fundamental para o melhor encaminhamento e
adquirirmos segurança para o momento do parto.
Tinhamos uma equipe formada pela Rose (doula), Anacris (parteira), e Ana Paula (pediatra). A Thaís só descobriu que estava com dilatação porque havia consulta marcada com a ginecologista no dia. Com 5 cm de dilatação, saiu da consulta, deixou a Flora na casa da sua mãe, ligou para Rose e foi para casa. Eu, estava em São Paulo trabalhando e com a notícia da possibilidade real de acontecer naquele dia, desci o mais rápido que pude. Cheguei às 14:30 em casa, e a partir daí tudo foi muito rápido, ele nasceu às 17:05.
Estávamos com todos apetrechos para o parto domiciliar preparados, e fui encher a bendita piscina no quarto...
que não foi nem tocada. Todo o trabalho de parto durou 3 horas, e fizemos o expulsivo de cócoras (assim como a Flora).
Cortei o cordão, que sugiro todo pai o faça, tanto pela carga simbólico quanto pela participação na entrada do filho no mundo. A partir dali, o que era um corpo integrado passa a ser um duplo.
Para mim, como parceiro, trabalhar durante o parto foi fundamental nas duas experiências: preparar tudo, ajudar a equipe ( no nosso caso a Rose foi nossa guia e fez todo o trabalho, porque Anacris e Paula só conseguiram chegar às 18:00), massagear, segurar, dar a mão para ser arrancanda pela boca da mãe, fazer força junto para o bebê sair...
O Bento mamou imediatamente, foi tomar banho no dia seguinte e ficamos em casa, comemoramos e comemos comida japonesa com a equipe. A Flora chegou às 20:00 e foi conhecer o irmãozinho no colo da mãe.
Não foi necessário sucção, colírio, luz na cara, o bebê sendo levado de um lado para outro, a verdade é que tudo pode ser muito mais simples, respeitando a história de cada mulher e cada bebê, mas não deixando escapar a oportunidade de 'entrar em trabalho de parto' e permitir que a mãe entre em sintonia consigo mesma, entendendo seus movimentos internos e se reorganizando após dar à luz, absorvendo a dor transformada em satisfação e, sendo em casa, descansar totalmente à vontade na sua própria cama.



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