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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Benefícios do Parto de Cócoras

Parto na Posição de Cócoras

Em nossos dias está se produzindo a idéia de que a mulher pode e deve dar a luz na posição que desejar. Essa posição não é pré-determinada conscientemente, mas ela a escolhe nos instantes que antecedem o nascimento do seu filho.
Esse momento se situa quase no fim do trabalho, no período que se convencionou chamar de expulsivo. É então que quase num estado de inconsciência ela determina qual a melhor posição para si própria.
Havia uma época que se prolonga até os dias de hoje, na qual a mulher não tinha direito de escolha. Chegava ao hospital e imediatamente era colocada em decúbito dorsal e, às vezes suas pernas eram amarradas nas perneiras laterais, ficando sem poder se mexer numa posição semelhante ao do frango assado que por falta de uma ilustração melhor explicar bem claramente a posição na qual ficava. Assim, mesmo que quizesse, não poderia se mover ou permanecer na posição mais confortável para ela.
O ato de parir se assemelha muito ao ato de defecar.
Quem já ficou acamado por algum tempo sabe da dificuldade de defecar deitado, é ant-fisiológico, desagradável, e super-difícil. Pois assim a mulher era obrigada a parir. Os povos nativos quando longe dos civilizados têm liberdade de escolher a posição e o lugar do parto. A maioria prefere acocorar-se dentro dàgua nas margens do rio.
Sobre a posição horizontal há toda uma estória do médico francês Mauriceau que deu início a essa novidade porque as damas da corte em geral muito obesas não conseguiam ficar agachadas. A posição criou adeptos porque também facilita o trabalho da pessoa que assiste o parto. Essa posição também facilita o manuseio muitas vêzes excessivo dos orgãos genitais. Sabe se observando a prática, que esse manuseio além de causar dor, também altera as contrações uterinas, quer desrregulando, quer provocando uma parada das mesmas. São famosos os toques vaginais frequentes e sucessivos, como a imaginar que o toque vaginal é que provoca a dilatação do colo uterino e não todos os demais fatores, como contração uterina, relaxamento materno, e tantos outros fatores psicológicos, fisiológicos e sócio-culturais que influem no trabalho de parto.

No parto horizontal, o feto comprime os grossos vasos retroperitoniais como a veia cava inferior e a aorta, dificultando a circulação de retorno. Nessa mesma posição, a parturiente, nos momentos de dor, contrai a musculatura, das cochas, do abdomem e do perineo, levada pelo medo e pela posição que facilita ficar nesse estado de contração. Quando fica em posição vertical, com as pernas abertas, e flexionadas, é mais difícil manter a musculatura contraída. Na posição de cócoras, a mulher fica sentada com as pernas afastadas e o parceiro se encontra sentado atrás dela e ela se apóia sobre os joelhos dele. Psicologicamente todo apoio familiar transmite para a mãe muita segurança. A posição de cócoras aumenta a possibilidade de movimentação da bacia óssea. Deve-se ter cuidado de deixar o cóccix livre e de não apoiá-lo sobre a banqueta.

A pressão sobre o tórax diminui.

A força da gravidade torna-se uma poderosa auxiliar.

As vantagens psicológicas são tão importantes quanto as vantagens físicas enumeradas. Todos sabem que a atitude física em geral, mas principalmente a da parturiente, influi no estado mental. Dar a luz em posição deitada quase sempre transmite a mulher uma sensação dedesamparo e passividade em relação à equipe de saúde. A posição reta e vertical a recoloca no mesmo nível do profissional que a está assistindo. Participando ativamente, com as próprias forças, no nascimento do filho, a mãe vê aumentadas sua autoconfiança e autoestima.

Pressionar na posição de cócoras é uma força que qualquer mulher pode fazer. Muitas vezes, a mulher se surpreende pela facilidade e simplicidade dessa posição.

Consulta Bibliográfica
PACIORNIK, Moysés. Aprenda a nascer e a viver com os índios: parto de cócoras, desempenho sexual e ginástica indígena. Rio de Janeiro, Record: Rosa dos Tempos, 1997.



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